O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, afirmou nesta quarta-feira que o governo
brasileiro vai ampliar a parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento
(BID) e outros agentes de fomento para replicar soluções modernas de
infraestrutura e sustentabilidade adotadas na Copa do Mundo de 2014 também nas
cidades que não sediarão jogos. "O pior cego é aquele que só vê a bola. Vamos
fazer uma Copa que vá muito além do futebol", disse o ministro, ao falar na
abertura do seminário "Oportunidades para a Sustentabilidade Urbana", que se
realiza nesta quarta e quinta-feira no Hotel Grand Bittar, em Brasília.
No evento, patrocinado pelo governo federal e o BID, com a presença de
representantes das 12 cidades sede da Copa, são analisadas 22 iniciativas que
procuram garantir legados sustentáveis à população após a competição. Os
projetos abordam revitalização urbana, melhoria no tráfego, redução na emissão
de gases estufa e uso eficiente de energia. Aldo lembrou que o futebol
consolidou-se no País com o mesmo vigor institucional do Estado e do mercado,
gerou as primeiras celebridades nacionais entre negros e pobres e tem para os
brasileiros uma dimensão muito mais importante que a meramente esportiva.
Em entrevista, o ministro garantiu que o ritmo das obras, tanto dos estádios
como dos projetos de mobilidade urbana e aeroportos, "estão dentro do
calendário" combinado com a Fifa e explicou que a Copa terá ações integradas nos
diversos campos, desde a segurança, que deixarão um legado capaz de melhorar a
qualidade de vida nas cidades. "A partir da Copa, vamos criar modelos e projetos
que ajudarão o País a ter uma vida mais equilibrada e sustentável", afirmou.
O governo, segundo Aldo, não teme que ações de protestos da Polícia Federal,
em greve há mais de um mês, possam se repetir na Copa e prejudicar a competição.
Ele lembrou que o esquema de segurança montado blinda o evento porque não
depende só da PF, mas das Forças Armadas e de um conjunto de outras instituições
públicas e privadas. "Nós projetamos a segurança da Copa e Olimpíada em torno
das Forças Armadas - com o Ministério da Defesa, da Polícia Federal - com o
Ministério da Justiça e também com as polícias militares e civis", explicou.
Adicionalmente, conforme o ministro, foi montado um forte esquema de
segurança privada, que atuará principalmente dentro dos estádios. Ele não
acredita que a PF vá boicotar a Copa por conta de suas reivindicações
corporativas. "Creio que a elevada responsabilidade do evento contará com a
solidariedade e apoio de todas as instituições públicas", disse. "Não há porque
o governo ter dúvidas da solidariedade de todas as instituições relacionadas com
a segurança do País", enfatizou.
O ministro negou atraso no ritmo das obras. "O cronograma está sendo
cumprido. Nós controlamos diariamente o andamento das obras dos estádios, das
obras de mobilidade urbana, dos aeroportos e achamos que estão compatíveis com o
cronograma previsto". Ele confirmou para quinta-feira o lançamento, pela
presidente Dilma Rousseff, do Plano Brasil Medalhas, no Palácio do Planalto.
Aldo explicou que o plano visa aumentar a performance brasileira em Jogos
Olímpicos, mas não fixará uma meta para a Olimpíada de 2016. "Não haverá metas
de medalhas, mas uma aproximação", afirmou.
Quando às chances de a seleção brasileira, sob o comando de Mano Menezes,
ganhar a Copa de 2014, o ministro foi reticente. "Bom, ganhou de 8 X 0 da China,
né?! Já é uma esperança."
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