FONTE: http://www.d24am.com/esportes/futebol/novo-presidente-da-cbf-promete-rever-todos-os-contratos-da-entidade/69708
Agência Estado . portal@d24am.com
José Maria Marin diz que se a entidade receber novas ofertas poderá rever acordos amarrados por Ricardo Teixeira.
Zurique - Depois de seis meses no
poder e numa reviravolta, o presidente da CBF, José Maria Marin, anuncia que vai
re-examinar todos os contratos da era Teixeira com patrocinadores, parceiros
comerciais e com detentores de direitos. Marin ainda aponta que está disposto a
considerar novos parceiros, caso tragam propostas novas também. A
reportagem revelou com exclusividade que a empresa que hoje organiza os jogos da
seleção, a Pitch, jamais organizou uma partida de futebol em sua vida.
Três meses antes de deixar a CBF, Ricardo Teixeira assinou contrato com uma
empresa saudita, ISE, ampliando os direitos sobre a seleção até 2022. A empresa
acabaria terceirizando a organização dos amistosos para a Pitch, com sede em
Londres.
Mas, além de jamais ter organizado um jogo, a empresa pagará à CBF 15% a
menos que o contrato anterior, de 2006. Para completar, a ISE passou a ser
investigada por pagamento de subornos a um cartola próximo a Teixeira, o árabe
Mohamed Bin Hammam.
Marin foi colocado no cargo por Ricardo Teixeira e dá a entender que está de
mãos atadas em alguns casos. "Temos de cumprir um contrato", declarou. Segundo
ele, o problema é que não há apenas uma multa a ser paga, mas indicou que
haveria uma cláusula de perdas e danos por conta de uma eventual quebra do
acordo.
Mas o cartola que herdou a CBF se diz pronto para receber "qualquer empresa
que quiser fazer novas propostas". "A CBF está de portas abertas." Ele emendou
que a empresa terá de aceitar trabalhar com a ISE e a Pitch. "Se aparecer alguém
para negociar com isso, e oferecer valores melhores, maiores receitas, estamos
abertos a negociar desde que haja concordância entre as partes."
Phillip Huber, dono da Kentaro, é um dos que estão
dispostos a fazer uma nova oferta pela seleção. "Eu ofereço US$ 2 milhões (R$
4,1 milhões) hoje por jogos do Brasil", disse aoEstado o
responsável pelos amistosos desde 2006 e que teve seu contrato encerrado em
meados deste ano. Hoje, a CBF ganha US$ 1,05 milhão (R$ 2,1 milhões).
Outros contratos da era Teixeira também serão revistos. "Não vamos revisar
todos, claro. Pode dizer que vamos examinar todos para ver onde há possibilidade
de aumentar a receita", disse o presidente. Um exemplo seria o contrato da Copa
do Brasil. A Globo foi obrigada a pagar o dobro para transmitir os
jogos, depois de uma renegociação. Marco Polo Del Nero, vice-presidente da CBF,
evitou falar em valores.
Prejuízo
Del Nero ainda contestou a informação de que a seleção teria congelado sua
receita com amistosos até 2022. Segundo ele, os jogos em Recife contra a China e
em São Paulo contra a África do Sul deixaram um rombo nas contas da ISE. Um dos
fatores foi o preço baixo das entradas.
A CBF, ainda assim, continuou ganhando o que, segundo Del Nero, seria uma
prova de que os acordos podem ser favoráveis.
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