Carlos Arthur Nuzman, presidente do Rio-2016, concede
entrevista em Londres
Do UOL, no Rio de Janeiro
O presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos
Rio-2016, Carlos Arthur Nuzman, convocou nesta quinta-feira uma entrevista
coletiva para esclarecer os episódios de furto de informações confidenciais em
órgãos presididos por ele. Nuzman negou qualquer responsabilidade sobre a cópia
ilegal de arquivos do Comitê Organizador de Londres-2012 e disse que não se
lembra exatamente do incidente ocorrido enquanto ele chefiava o Comitê
Organizador do Pan-2007.
Os dois casos foram revelados
pelo Blog do Juca, do UOL Esporte. Segundo o blog,
Rodrigo Hermida, hoje funcionário do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo
(COL), foi demitido do Comitê dos Jogos Pan-Americanos de 2007 por ter copiado
arquivos da empresa Event Knowledge Services (EKS).
Perguntado sobre as circunstâncias da demissão de Hermida, Nuzman afirmou que não se lembra por que o funcionário foi desligado do Comitê do Pan. "Não tenho condições de me lembrar exatamente", disse ele. "Sei que não houve demissão por justa causa."
Perguntado sobre as circunstâncias da demissão de Hermida, Nuzman afirmou que não se lembra por que o funcionário foi desligado do Comitê do Pan. "Não tenho condições de me lembrar exatamente", disse ele. "Sei que não houve demissão por justa causa."
Nuzman lembrou, entretanto, que Hermina era assistente de projetos do Comitê
do Pan. Após deixar o órgão, chegou a colaborar com o Comitê Olímpico Brasileiro
(COB) em duas ocasiões: durante a Olimpíada Universitária de Blumenau (SC), em
2010, e a Olimpíada Escolar de Poço de Caldas (MG), em 2011. No Pan, Hermida era
subordinado ao gerente geral de Recursos Humanos, Paulo Sérgio Rocha.
Os políticos
diretamente ligados aos Jogos Olímpicos de 2016 estão aproveitando a presença do
Comitê Olímpico Internacional (COI) na capital fluminense. Nesta quarta-feira,
Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro, e Sérgio Cabral, governador do Estado,
lançaram a pedra fundamental da Vila Olímpica, em evento marcado por vários
elogios da entidade-mor do esporte mundial Mais
Alexandre Durão/UOL
O Blog do Juca também revelou que funcionários do Comitê Rio-2016 foram
demitidos por terem furtado informações do Londres-2012 enquanto trabalhavam no
órgão. Sobre esse caso, Nuzman culpou somente os funcionários pelo incidente,
disse que eles infringiram os contratos que eles assinaram com o Comitê de
Londres e deu o caso como encerrado.
"Os nove funcionários infringiram o contrato que haviam assinado como o
Comitê de Londres e o Rio-2016 decidiu desligá-los. Os diretores do Rio 2016 não
tinham conhecimento de que arquivos estavam sendo copiados sem autorização",
afirmou Nuzman, em declaração lida a jornalistas na sede do Comitê Rio-2016.
"Tratamos do assunto com o Comitê de Londres e ele deu o caso como
encerrado."
Segundo o Comitê Rio-2016, esses funcionários faziam parte de uma equipe de
24 funcionários do Rio-2016 contratados por Londres-2012 para trabalhar dentro
de um programa de troca de informações. Eles estavam há cerca de três meses no
Londres-2012 quando a cópia ilegal de arquivos foi descoberta.
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Nuzman disse que o Rio-2016 soube do fato no dia 1 de setembro. Prontamente,
se comprometeu em resolver a questão e também comunicou o governo brasileiro
sobre o incidente. "Comuniquei o ministro Aldo Rebelo sobre o
acontecimento."
O presidente do Rio-2016 contou que uma varredura nos sistemas do Comitê de
Londres-2012 identificou dez funcionários que baixaram os arquivos. No dia 18 de
setembro, esses funcionários foram desligados. Entretanto, durante o processo de
demissão, foi constatado que um dos funcionários tinha autorização para baixar
os arquivos. Ele não foi demitido.
"O Rio 2016 não divulga nomes dos profissionais por entender que essa é uma
relação entre empresa e funcionário", complementou Nuzman, sobre a demissão dos
trabalhadores. "Entedemos que a demissão, sem justa causa, foi a medida mais
adequeda."
Nesta semana, uma das
funcionárias afastadas enviou uma carta à Nuzman dizendo que não concordava com
sua demissão. A
carta também foi publicada no Blog do Juca. Nela, Renata Santiago disse que
foi instruída a acessar os documentos, mas não os copiou.
Renata, disse Nuzman, trabalhou no Rio-2016 subordinada a Mario Cilenti,
diretor de Relações Internacionais e de Vila Olímpica do órgão. Cilenti não foi
demitido por causa do caso dos arquivos e continua trabalhando no comitê.
As notícias sobre os casos de
cópias ilegais de arquivos aumentaram a pressão pública sobre Nuzman. O
ministro do Esporte, Aldo Rebelo, declarou que o incidente ocorrido em Londres é
“lamentável”. Já
o ex-jogador de futebol e agora deputado federal Romário defendeu publicamente
uma intervenção da presidente Dilma Rousseff no Comitê Rio-2016.
Nuzman respondeu a Romário e disse que ele não tem informações suficientes
para falar sobre o caso. Ele reiterou que o Comitê de Londres já deu o assunto
como encerrado e que a parceria para a organização dos Jogos do Rio será
mantida.
O presidente do Comitê Rio-2016 chegou a ler uma declaração pública do
diretor-geral do Comitê Londres-2012, Paul Deighton, informando que o órgão via
o caso como encerrado. A declaração também garante a manutenção da cooperação
entre Rio e Londres.
Nuzman também afirmou que não acredita que o caso comprometa a imagem do
Brasil. "A construção da imagem do Brasil cresce ao longo do tempo. Não acredito
que isso prejudique a imagem dos Jogos."
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