Por Thiago Arantes, da redação do ESPN.com.br
Reuters
O calendário da Copa do Mundo de 2014 prevê 22 partidas às 13
horas, parte do dia em que o sol tem incidência mais nociva sobre o corpo
humano. A tabela, divulgada na quinta-feira pela Fifa, tem sido alvo de
polêmica. Os horários foram lançados para agradar ao mercado europeu, embora a
entidade garanta que levou em conta fatores como o deslocamento das equipes pelo
país.
Os jogos com sol a pino não são novidade em Mundiais. Pelo contrário: eles estiveram presentes na primeira edição do torneio, em 1930, no Uruguai. Depois, voltaram a acontecer em 1970, 1978, 1986 e 1994 – nas Copas do México e nos Estados Unidos, a situação era ainda pior, porque as competições foram disputadas no verão local.
Os jogos com sol a pino não são novidade em Mundiais. Pelo contrário: eles estiveram presentes na primeira edição do torneio, em 1930, no Uruguai. Depois, voltaram a acontecer em 1970, 1978, 1986 e 1994 – nas Copas do México e nos Estados Unidos, a situação era ainda pior, porque as competições foram disputadas no verão local.
Reuters
Em todas as Copas em que se jogaram partidas entre 11h30 e
13h30, os vencedores foram sul-americanos. O Uruguai foi campeão em casa, em
1930; a Argentina levou as Copas de 1978 e 1986, e o Brasil ficou com os títulos
de 1970 e 1994.
A história registra 90 jogos nestas condições, foram marcados 244 – uma média de 2,71 por jogo. Nos outros duelos realizados nas mesmas edições do Mundial, mas em outros horários, o número sobe para 2,90. A média geral de todas as Copas do Mundo é de 2,86.
Verão e inverno - Para avaliar os efeitos desses
jogos, no entanto, é preciso separá-los em dois grupos. Um deles é o das Copas
realizadas no inverno, como as de 1930 e 1978; o outro, das Copas de verão, que
tem os Mundiais de 1970, 1986 e 1994.
O Mundial do Brasil, em 2014, será realizado no inverno. Mas, se mantidas
as médias deste ano, deve ser disputado com temperaturas de cerca de 30 graus às
13 horas, em sedes como Fortaleza, Salvador, Brasília, Recife e Natal.
No Mundial dos Estados Unidos, em 1994, as temperaturas chegaram a 46 graus em cidades como Dallas. A decisão, entre Brasil e Itália, no Rose Bowl, começou às 12h30 locais, sob um calor de 38 graus.
Agência Estado
Bom retrospecto - A seleção brasileira só
disputará uma partida das 13 horas nas oitavas de final. Se ficar em primeiro
lugar do grupo, jogará em Belo Horizonte; se passar em segundo, terá de encarar
o sol escaldante de Fortaleza.
Em toda sua história nas Copas, a seleção brasileira disputou 16 partidas entre 12h e 13h30. O retrospecto é muito bom: são 11 vitórias, 4 empates e apenas uma derrota – justamente no primeiro deles, um 2 a 1 contra a Iugoslávia na Copa de 1930.
Em toda sua história nas Copas, a seleção brasileira disputou 16 partidas entre 12h e 13h30. O retrospecto é muito bom: são 11 vitórias, 4 empates e apenas uma derrota – justamente no primeiro deles, um 2 a 1 contra a Iugoslávia na Copa de 1930.
Foi jogando com o sol a pino que o Brasil foi tri, com o 4 a 1 sobre a Itália na Copa de 1970 e tetra, vencendo a Itália nos pênaltis, em 1994, após empate sem gols no tempo regulamentar.
Além da derrota para os iugoslavos em 1930, apenas uma outra partida do horário é lembrado com tristeza pela torcida: o 1 a 1 com a França, nas quartas de final da Copa do Mundo de 1986, no México. Nos pênaltis, a equipe comandada por Telê Santana acabou eliminada pelo time de Platini.
Reprodução
Europeus sofrem – Se a seleção brasileira
tem ótimo retrospecto nos jogos em período sob calor mais intenso, para os
europeus as partidas do meio-dia são um tormento. Além de jamais terem
conquistado um título em Copas que tenham jogos nessas condições, os países do
continente têm dificuldades para vencer os rivais sul-americanos nas partidas do
início da tarde.
Nas cinco Copas disputadas com partidas entre 11h30 e 13h30, houve 36 confrontos entre seleções dos dois continentes. Foram 17 vitórias sul-americanas, 9 dos europeus e 10 empates.
Se levados em conta apenas os confrontos entre equipes que têm, atualmente, pelo menos um título mundial, o número fica ainda mais impressionante: são 9 partidas, com 5 vitórias sul-americanas e nenhuma dos representantes europeus.
A Alemanha, segunda colocada no Ranking da Fifa atualmente, é o maior exemplo desta dificuldade. Em dez partidas disputas entre 11h30 e 13h30, a seleção do país venceu quatro, empatou duas e perdeu outras quatro. O índice de vitórias, de 40%, é muito inferior aos 60% dos alemães na história das Copas.
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