PROJETOS DA COPA 2014 EM MANAUS

PROJETOS DA COPA 2014 EM MANAUS

quinta-feira, 7 de março de 2013

COPA DÁ ARENAS A QUEM NÃO PRECISA E IGNORA QUEM AS QUER.

FONTE: http://veja.abril.com.br/noticia/esporte/copa-da-arenas-a-quem-nao-precisa-e-ignora-quem-as-quer?utm_source=redesabril_veja&utm_medium=twitter&utm_campaign=redesabril_veja&utm_content=feed&
 
Em quatro cidades-sede de 2014, estádios têm futuro incerto. Enquanto isso, algumas capitais tradicionais do futebol no país assistirão a Copa à distância.
Giancarlo Lepiani
    Obras do estádio Mané Garrincha, em Brasília, que receberá partidas da Copa 2014
Obras do estádio Mané Garrincha, em Brasília, que receberá partidas da Copa 2014 - Ueslei Marcelino/Reuters
 
Num cenário perfeito, a Copa seria uma oportunidade de ouro para espalhar o desenvolvimento por essas localidades, usando o megaevento como um ótimo pretexto para investir de forma inteligente e melhorar a vida das pessoas. Fosse mesmo assim, quanto mais cidades envolvidas, melhor. Já ficou claro que isso não deve ocorrer
 
Quando o Brasil foi confirmado como sede da Copa do Mundo de 2014, seis anos atrás, a promessa do governo e da CBF era de que o país faria um Mundial "dentro de suas possibilidades", sem exageros nem gastos desnecessários. Esse compromisso foi ignorado logo no início dos preparativos para o evento, quando os brasileiros decidiram que doze cidades receberiam as partidas da Copa. Melhor teria sido repetir alguns dos últimos anfitriões de Copas, como Estados Unidos-1994 e África do Sul-2010, que fizeram seus torneios em apenas nove cidades, ou a França-1998, que teve dez sedes. Esse número foi o bastante para realizar todas as partidas sem grandes apertos e receber todos os visitantes estrangeiros sem problemas. Ou seja: se quisessem mesmo gastar menos dinheiro, o governo e o Comitê Organizador Local (COL) teriam sido mais comedidos na distribuição das partidas da Copa pelas cidades brasileiras. No jogo da política, porém, a preocupação com o dinheiro público não costuma fazer parte das regras. Mais cidades-sede significam mais obras espalhadas pelo país (e mais poder e influência para os responsáveis pela indicação das escolhidas à Fifa). Assim, a Copa de 2014 terá doze palcos - e, em alguns deles, já se sabia desde o início que os gastos com o Mundial poderiam ser um mau negócio.
 
O Brasil é um país de dimensões continentais e tem muitas cidades de grande porte. Em muitas delas, há carências urgentes, principalmente no que se refere à infraestrutura. Num cenário perfeito, a Copa seria uma oportunidade de ouro para espalhar o desenvolvimento por essas localidades, usando o megaevento como um ótimo pretexto para investir de forma inteligente e melhorar a vida das pessoas. Fosse mesmo assim, quanto mais cidades envolvidas, melhor. A pouco mais de um ano da abertura do Mundial, já ficou claro que isso não deve ocorrer. Muitas das obras de mobilidade urbana, por exemplo, já foram deixadas de lado. Os aeroportos também não devem melhorar tanto quanto se prometia. As únicas obras inescapáveis são mesmo os estádios - e, em algumas das sedes, eles têm tudo para virar um problema, não uma solução. Nas cidades em que não existe uma agenda de grandes eventos esportivos e culturais frequentes o bastante para manter as novas arenas ocupadas, a Copa pode significar apenas desperdício de dinheiro público - afinal, a manutenção desses estádios custará muito dinheiro. Ao mesmo tempo, cidades que respiram futebol o ano todo - e que teriam plenas condições de receber jogos de Copa - ficaram de fora da lista. No país da Copa, portanto, quem precisa de desenvolvimento ganhará um estádio novo, caro e inútil depois de 2014 - e quem poderia oferecer uma nova e rentável arena está fora da festa.

As sedes da Copa onde faltam torcedores

Manaus

É fácil de entender a presença de Manaus entre as sedes da Copa: como principal cidade da região amazônica, ela servirá de porta de entrada para os visitantes estrangeiros interessados em conhecer a floresta mais famosa do planeta. Algo semelhante foi feito na África do Sul, quando a pequena cidade de Nelspruit foi incluída entre os palcos do Mundial por ser próxima do Parque Nacional Kruger, o mais famoso destino de safáris do mundo. Manaus é um grande atrativo para os turistas, é fato, mas seu novo estádio, a Arena Amazônia, corre sério risco de ser subaproveitado depois de 2014. Com desenho futurista, 43.000 lugares e orçamento de quase meio bilhão de reais, o estádio dificilmente ficará lotado nas partidas do campeonato estadual, cuja média de público, assim como em Brasília, costuma ser muito inferior a 1.000 torcedores. O Nacional é o único time da cidade no Campeonato Brasileiro - está na quarta divisão nacional. O governo aposta na realização de grandes shows para tornar a arena rentável, mas o principal palco de espetáculos da cidade, o Sambódromo, fica bem ao lado do estádio.

E as cidades que poderiam sediar partidas como por exemplo:

Belém

A capital paraense disputava com Manaus o posto de "sede amazônica" da Copa do Mundo. Acabou sendo preterida na disputa, apesar de oferecer uma perspectiva melhor em relação à presença de público nos estádios. O torcedor de Belém é um dos mais fanáticos do país, e costuma lotar os estádios mesmo quando seus clubes estão em torneios de pouca projeção. No fim de semana, Remo e Paysandu levaram 40.883 pessoas ao Mangueirão na decisão do primeiro turno do Campeonato Paraense - no mesmo dia, Flamengo e Botafogo levavam apenas 21.545 pessoas ao Engenhão.
 

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