PROJETOS DA COPA 2014 EM MANAUS

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terça-feira, 4 de setembro de 2012

NO BRASIL: 300 MIL TRABALHADORES EM GREVE CONQUISTAM MAIS SALÁRIO E MELHORES CONDIÇÕES DE TRABALHO.

FONTE: http://brazil.bwint.org/?p=996

Em Relatório[1] sobre a crescente onda de mobilizações no setor da construção no Brasil foi levantado que, somente no primeiro semestre deste ano, cerca de 302.600 trabalhadores entraram em greve em 20 dos 27 estados do país. Observa-se que 70% destas mobilizações aconteceram em estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste onde os salários são em torno de 30% mais baixos se comparados com os de outras regiões do país. O estudo anterior já apontava para a crescente onda de mobilizações, já que nos primeiros três meses do ano mais de 150 mil trabalhadores haviam cruzado os braços no setor da construção. Neste sentido, o relatório atual, focado no primeiro semestre como um todo, aponta para a consolidação de um cenário em que os trabalhadores do setor no Brasil mantiveram este ritmo intenso de mobilizações (veja estudo completo aqui) .

Entre as conclusões enumeradas nesta avaliação está a identificação de um modelo arcaico no que se refere à gestão das relações de trabalho onde imperam más condições de trabalho, grandes diferenças salariais de uma região para outra e a falta de perspectivas de melhores condições de trabalho. Isto seria uma das explicações para entender o fato de que, como aponta o estudo, grande parte das paralisações ocorridas no primeiro semestre tenham sido espontâneas, iniciadas pelos trabalhadores nos canteiros de obra, em resposta às condições de trabalho degradantes a que estão expostos. A avaliação apresenta como destaque: as greves de Jirau e Santo Antônio, onde ocorreram, por exemplo, incêndios nos alojamentos fruto da revolta dos trabalhadores em função das péssimas condições de trabalho; e também o mercado da construção em Rondônia onde foram registrados uma intensa migração de trabalhadores do setor para a região e um aumento salarial médio de 39%.
 
Observa-se, ainda, tanto a ineficácia da Justiça do Trabalho na resolução de conflitos, como uma política empresarial que visa “judicializar as greves”. Isto acabou implicando, por um lado, na demissão de centenas de trabalhadores que participavam das mobilizações e, por outro, trabalhadores se mantendo em greve mesmo depois de decisões desfavoráveis por parte do poder judiciário – como, por exemplo, no caso ocorrido no complexo de Suape, em Pernambuco. Como pontos positivos a se destacar neste contexto estão os avanços salariais e o Termo de Compromisso Nacional para o Aperfeiçoamento das Condições de Trabalho nas Indústrias da Construção assinado entre o governo federal, os representantes dos trabalhadores e os das empresas.
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[1] Este estudo foi realizado pela Federaçao Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada (Fenatracop)

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