Clube enviou à entidade documento detalhado com o pedido de ressarcimento pela convocação de seus jogadores para a seleção brasileira desde 1997.
FERNANDO FARO - O Estado de S.Paulo
A proximidade entre São Paulo e CBF faz o clube pleitear o recebimento de uma
verdadeira bolada e a diretoria já se movimenta nos bastidores para alcançar o
objetivo. Em documento enviado nos últimos dias à sede da entidade máxima do
futebol brasileiro, o Tricolor afirmou ter R$ 16 milhões a receber por causa da
convocações de seus atletas desde 1997 e quer agendar uma reunião nos próximos
dias para tratar do assunto.
Os cálculos foram conduzidos pelo departamento financeiro do clube e
contemplam cerca de R$ 7 milhões referentes a salários e outros R$ 2,2 milhões
de direitos de imagem. O restante diz respeito aos juros calculados pelo Índice
Geral de Preços do Mercado (IGPM). O diretor financeiro Osvaldo Vieira de Abreu
é quem está conduzindo a empreitada e entrou em contato com o departamento
financeiro da CBF para apresentar os valores. "Tivemos uma infinidade de atletas
que foram convocados desde aquela época, não consigo nem falar de cabeça. Vai de
Kaká e Júlio Baptista até o Lucas, mas está tudo bem discriminado", explicou
Vieira de Abreu.
Além dos atletas, constam no relatório os jogos em que serviram a seleção,
quanto tempo ficaram fora do clube e os salários de cada um à época das
convocações. "Nós já estamos agendando essa reunião com o pessoal da CBF no Rio
de Janeiro para negociarmos. Eles têm esse cálculo em mãos e vamos aguardar a
data para discutirmos como esse acerto será feito", complementou. Se os planos
forem bem-sucedidos, o Tricolor receberia o valor em uma única parcela, mas a
diretoria trabalha com a hipótese de dividir o pagamento para facilitar o
acordo.
Especialmente em 2012 a seleção tem sido uma "vilã" para o clube. Só no
Campeonato Brasileiro Lucas, principal atleta do time, foi desfalque em 15 dos
33 jogos disputados única e exclusivamente para atender às convocações. Jadson,
Rhodolfo foram ausências por dois jogos e Luis Fabiano em um, mas voltou do
Superclássico das Américas lesionado e não enfrentou Cruzeiro, Liga de Loja e
Coritiba.
Embora não tenha estipulado um prazo exato para conseguir reaver o montante,
a cúpula está bastante otimista em finalmente obter êxito. O Tricolor já havia
tentado outras aproximações anteriormente, mas sempre esbarrou na péssima
relação com Ricardo Teixeira e nunca conseguiu do ex-presidente uma sinalização
positiva. A esperança é que os estreitos laços entre Juvenal Juvêncio e José
Maria Marin facilitem os trâmites. "Antes era muito difícil acreditar em um
acerto por razões óbvias, mas quem sabe agora tenhamos êxito", torceu o
diretor.
Cofres cheios. Caso consiga receber o valor, o Tricolor terá mais uma
importante injeção de capital para nos cofres, que este ano foram inundados com
os 43 milhões pagos pelo Paris Saint-Germain por Lucas - como o valor ainda não
foi depositado pelos franceses, o montante inicial de R$ 108 milhões que o clube
receberia tende a crescer, já que a cotação do euro está maior do que na época
da venda.
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