Marco Polo Del Nero diz que buscou informações de uma pessoa, que 'nada tem a ver com suas atividades de direção da Federação Paulista de Futebol'.
Fausto Macedo, de O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO - O presidente da Federação Paulista de
Futebol, Marco Polo Del Nero, indiciado
pela Polícia Federal nesta segunda feira, 26, por suposto
envolvimento com integrantes de organizações criminosas, disse que contratou
empresa "prestadora de serviços" para obter informações "mais detalhadas acerca
da vida pretérita" de uma pessoa - da qual não revela o nome - "em face da
necessidade de formalizar situação jurídica de caráter eminentemente pessoal com
terceira pessoa".
Nilton Fukuda/Estadão - 06/11/2012
Marco Polo Del Nero é acusado de
envolvimento com integrandes de organizações criminosas
Del Nero afirma que essa pessoa "nada tem a ver com suas atividades de
direção da Federação Paulista de Futebol".O dirigente foi conduzido
coercitivamente para a sede da PF em São Paulo que deflagrou a Operação Durkhein
para cumprimento de 33 ordens de prisão e 87 de buscas e apreensões.
Em nota, Del Nero diz que foi levado à Delegacia de Combate a Ilícitos
Financeiros da PF e esclareceu suspeitas que pesam contra ele.O texto é dividido
em 7 capítulos.
Ele afirma que localizou a "empresa prestadora de serviços" na internet,"em
publicidade comercial". "Referido prestador de serviços (oferecidos
publicamente, o que sugere legitimidade e regularidade), passou, então, a
me fornecer algumas informações sobre o comportamento da pessoa indicada, tudo
dentro da mais estrita legalidade, inclusive apresentando certidões e informes a
todos disponíveis nos registros públicos", assinala Del Nero.
"Deu-se, então, que em determinado momento foi-me oferecido um relatório
sobre mensagens escritas enviadas por essa pessoa a terceiros, o que despertou
estranheza e preocupação visto que tal proceder extravasa da normalidade da
simples verificação e adentra a órbita do proibido", prossegue. "Foi por essa
razão que, diante de um relatório de investigação social que estaria a conter
alusão a supostos diálogos captados , dispensei tais serviços,
incontinenti".
Ainda segundo Del Nero, "ocorreu, então, que tal prestadora de serviços veio
a cair nas malhas dessa denominada "Operação Durkhein" da Polícia Federal, e em
sua sede foram encontrados registros dos serviços que me havia prestado
anteriormente".
"Por tal razão as investigações policiais foram estendidas e culminaram com
busca e apreensão de documentos e computadores em minha residência e até na FPF
que nada tem a ver com meus assuntos pessoais", destaca; "Diante de tal cenário
dispus-me a comparecer, espontânea e imediatamente, à sede Polícia Federal, onde
prestei os esclarecimentos que se faziam necessários; claro que não posso
nominar as pessoas envolvidas no episódio em razão do segredo de Justiça
decretado naqueles autos, sob pena de cometer violação de sigilo de justiça, que
constitui delito. Reitero, no entanto, expressa e veementemente, que os fatos
nenhuma ligação têm com o futebol, paulista ou nacional, com qualquer delito
financeiro a mim imputável ou com minhas atividades de advogado militante."
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