"Aquele prédio especificamente não é um prédio que se possa dizer que é padrão ideal para a prefeitura do Rio. Pelo contrário, é um prédio de baixa qualidade, que volta e meia sofre quando há eventos no Maracanã", afirmou o prefeito. "Eu sou um dos mais interessados na preservação da escola. Eu nunca falei sobre isso, mas, para mim, escola não é prédio. São professores, alunos, diretores".
O prefeito "está mentindo"
"(O prefeito) está mentindo. Já existem as salas de reforços prontas, salas de informática, de leitura. Não tem como ele dizer que não tem estrutura. Já existe e funciona. É uma das poucas escolas da rede municipal que possui uma quadra poliesportiva coberta, feita em 2007, com dinheiro público", vociferou.
Apesar das alegações do prefeito, o Jornal do Brasil teve acesso a fotografias tiradas dentro da escola Friedenreich, nas quais fica exposta a infraestrutura à qual estão submetidos seus alunos. As imagens, feitas entre 2010 e 2012, foram retiradas do blog da escola, mantido por alunos e professores, e nelas é possível ver o quadro negro interativo, a cobertura da quadra poliesportiva, entre outros aparatos de qualidade aparentemente boa.
A a equipe de reportagem do JB, porém, não obteve permissão da Secretaria Municipal de Educação (SME) nesta quarta-feira (28) para corroborar as declarações do prefeito no local. O órgão alegou, por telefone, que as visitas são marcadas em até 48 horas úteis.
Segundo Sandes, a comunidade está muito satisfeita com os resultados e a infraestrutura da escola. Além disso, ponderou que não faz sentido gastar dinheiro público duas vezes, na demolição e na construção em novo local.
"Queremos continuar ali. Queremos a acessibilidade que temos ali, não é preciso mudar nada. A comunidade está muito satisfeita com os resultados da escola. Não tem porquê tirar um prédio público que funciona e jogar dinheiro público duas vezes no ralo, para a demolição e a construção do novo", apelou Sandes.
Em relação ao novo local designado para a unidade educacional, em São Cristóvão, no prédio da antiga escola veterinária do Exército, o representante disse ser "totalmente inviável". De acordo com ele, um aluno com necessidades especiais de locomoção e sua mãe fizeram um vídeo mostrando a precariedade do caminho para as crianças na nova unidade. "Não estamos atrás de prédio. Queremos manter a qualidade do projeto pedagógico, que é muito mais importante do que o prédio", afirmou.
MPRJ e ação civil pública
Na última quarta-feira (21), o Ministério Público do Estado do Rio (MPRJ) distribuiu, na Justiça, uma ação civil pública (ACP) contra o município e o estado para manter as atividades da escola e evitar sua demolição. A ação foi proposta pela 1ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Proteção à Educação da Capital e recebida pela Juíza da 1ª Vara de Infância, da Juventude e do Idoso.
Segundo a ACP, estado e município devem "se abster de adotar qualquer medida que impeça, inviabilize, limite ou não proporcione o direito à educação" na escola, sob pena de multa diária de R$ 5 mil em caso de descumprimento, a ser pago por cada ente federativo.
Em 2009, o MPRJ já havia aberto inquérito no qual prefeitura e governo do Rio afirmaram que os serviços previstos no contrato das reformas do Complexo Maracanã não incluíam reformas na escola. Segundo o MPRJ, a informação foi confirmada pela Secretaria de Obras do Estado em agosto deste ano.
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