Camila Maciel
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A única cidade-sede da Copa do Mundo de 2014 na Região Norte,
Manaus (AM), também deve enfrentar casos de desapropriação para dar passagem às
obras da Copa. O comitê local aponta que o maior volume de famílias a serem
removidas está vinculado às obras do monotrilho e do BRT (sigla em inglês para
Bus Rapid Transit).
O governo amazonense informou que a obra do monotrilho foi retirada da Matriz
de Responsabilidade da Copa, pois ela não deve ficar pronta até o evento. A
previsão de entrega agora é 2015. De acordo com a assessoria de imprensa da
Unidade Gestora do Projeto Copa (UGP Copa), aproximadamente 140 imóveis devem
ser afetados pelo traçado do monotrilho, dos quais a maioria é de natureza
comercial.
A prefeitura de Manaus, por sua vez, informou que as obras do BRT ainda não
foram iniciadas e que os encaminhamentos a serem dados ao projeto serão tomados
pelo próximo prefeito. A assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de
Infraestrutura (Seminf) confirmou que a obra exigirá a desapropriação de pelo
menos 900 unidades habitacionais dos bairros São José, na zona leste, e Japiim,
na zona sul.
Para as organizações populares, o adiamento das obras é positivo, pois abre
espaço para que as comunidades atingidas tenham oportunidade de discutir o
projeto. "Vamos reivindicar uma participação maior na elaboração desses projetos
e fazer discussões sobre os impactos sociais que essas obras vão ter. Nós
queremos que o sistema de transporte tenha capacidade de atender a demanda da
cidade e não simplesmente para servir a um megaevento", criticou o educador
social Vasconcelos Filho, integrante do comitê local.
Em nota, o governo estadual negou que as obras de mobilidade, anteriormente
planejadas para a Copa do Mundo de 2014, tivessem como finalidade apenas o
evento, tendo em vista que elas abrangem todas as zonas da capital e não apenas
a região da Arena da Amazônia.
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