MARCO ANTÔNIO MARTINS
DO RIO
DO RIO
As Forças Armadas saíram na frente na corrida para coordenar a segurança da Copa do Mundo de 2014 e da Olimpíada de 2016.
Oficialmente, esses dois eventos estão sob a coordenação do Ministério da Justiça. Mas no governo federal já existe a opinião de que isso deve mudar.
O bom resultado do esquema de segurança montado pelo Exército para a Rio+20, conferência da ONU que aconteceu mês passado no Rio, é o responsável pela possível mudança.
Na avaliação do governo federal, o Exército mostrou que pode executar a chamada "segurança cidadã". Ou seja, sem tanques nas ruas, de forma discreta e sem assustar a população com homens armados no alto dos prédios como na Eco-92 ou na Cimeira, em 1999.
A favor dos militares ainda há o custo do esquema de segurança. Para a Rio+20 foram gastos R$ 150 milhões com a compra de equipamentos e montagem da estrutura.
Cinco anos antes, nos Jogos Pan-Americanos, em 2007, a Polícia Federal recebeu R$ 562 milhões do governo federal.
Após coordenar a segurança nos Jogos Militares, em 2011, e a da Rio+20, obteve outra vantagem: já tem um centro de comando e controle pronto, além de equipamentos adquiridos.
Para cuidar da Copa das Confederações, daqui a um ano, a Secretaria de Grandes Eventos precisará montar toda uma estrutura de centro de comando que sequer começou a ser construída.
"A Rio+20 deixou um legado. Demos uma demonstração de segurança apoiada por outros órgãos. Tudo de forma discreta. Estamos preparados para coordenar outros eventos, mas isso é uma decisão superior", afirma o general Adriano Pereira Júnior, coordenador da segurança na Rio+20.
Segundo militares e policiais, o sinal de que poderia haver uma mudança foi dado pela presidente Dilma Rousseff. Ao final da Rio+20, o comandante do Exército, general Enzo Peri foi chamado ao Palácio do Planalto para ser parabenizado pela coordenação do evento.
Contra os militares há o fato de que os investimentos na segurança, na verdade, ficam para os quartéis e para as Forças envolvidas. Nada é revertido para a sociedade.
Os carros utilizados não servirão depois para o policiamento nas ruas; nem as armas, no combate à criminalidade.
Mas a Polícia Federal não desistiu de ser a responsável pela segurança.
Secretário Nacional de Grandes Eventos, o delegado federal Valdinho Caetano está percorrendo os 12 Estados onde haverá jogos da Copa para discutir o tema.
No início do mês, Caetano esteve no Rio para apresentar o plano para a segurança da Copa do Mundo a 12 secretários de segurança pública das cidades-sede. Ele tem o apoio dos secretários. Dos 12, oito são delegados da Polícia Federal.
"Garanto um trabalho incessante. Vinte quatro horas por dia para que tudo esteja pronto para a Copa das Confederações", avisa o delegado Caetano.
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