Tribunal de Contas vê falta de transparência em obras da Copa e pede auditoria sobre divulgação.
Ministro Valmir Campelo, do TCU, é responsável pela fiscalização das obras da Copa de 2014Em entrevista ao UOL, Campelo afirmou que os resultados da auditoria já foram finalizados e serão avaliados por outros ministros do TCU “em poucos dias”. Adiantou, porém, que problemas na divulgação de informações relativas às obras para Mundial são recorrentes.
Segundo o ministro, apesar do governo ter estabelecido uma lista de obras para Copa, com orçamentos, prazos e fontes de recursos –a chamada matriz de responsabilidades–, essa lista está quase sempre desatualizada. Normas também obrigam o governo federal a publicar tudo o que ele investe na Copa em um site criado pelo Senado, porém isso não acontece.
“Existem dificuldades sobre a inclusão, na matriz de responsabilidades, de todas ações necessárias para o Mundial”, afirmou o ministro do TCU. “Os problemas vão desde a não inclusão das ações até a insuficiência dos dados disponibilizados.”
Para o ministro, sem esses dados, fica difícil para os órgãos fiscalizadores saberem como está o andamento das obras. Também fica comprometida a avaliação sobre a aplicação dos recursos. “Essas questões põem em xeque a avaliação das medidas que faltam para viabilizar a Copa do Mundo. Também dificultam saber do prazo para possamos tomar essas medidas.”
Sobre o prazo para as obras, Campelo afirmou que o mais lhe preocupa é a conclusão das obras de mobilidade urbana (corredores de ônibus, metrôs, etc). “Das 54 operações previstas, só seis já receberam dinheiro que virá Caixa Econômica Federal”, complementou.
Para o ministro, as melhorias no transporte deveriam ser o maior legado do Mundial para a população. O atraso na execução das obras, porém, faz com que elas estejam sob o risco de serem feitas às pressas e sem projetos adequados. “Me preocupa o risco de conceber uma herança que não corresponda necessidades da população”, disse.
Campelo ainda ressaltou que o TCU tem 2 mil auditores para fiscalizar todas essas obras. Eles estão empenhados no acompanhamento da preparação para o Mundial e têm conseguido, na medida do possível, reduzir o desperdício de dinheiro público.
Até agora, segundo o ministro, R$ 395 milhões foram economizados em intervenções do TCU em obras do Mundial: cerca de R$ 180 milhões só com a redução do custo da reforma do Maracanã e mais R$ 140 milhões nas reformas dos aeroportos de Manaus e Belo Horizonte. Outras ações do TCU completam o valor da redução no gasto público.
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