Manaus, 14 de Maio de 2012
O “Projeto Jaraqui” se reune todos os sábados no coreto da Praça Heliodoro Balbi (a Praça da Polícia), no Centro
Importante tribuna popular criada por professores, intelectuais, políticos e jovens no final da década de 70, o “Projeto Jaraqui” se reinventa e volta às praças de Manaus para oferecer à população um espaço livre para reclamar e discutir os problemas regionais, da cidade e do cotidiano do cidadão.
Com reuniões todos os sábados, a partir das 10h, na praça Heliodoro Balbi, no Centro da cidade, o 'Jaraqui' se reuniu na última semana para debater o tema “Mulher e cidadania” e homenagear, pela passagem do Dia das Mães, duas mulheres com atuação marcante na política amazonense: Beth Azize e Otalina Aleixo. Beth foi a primeira mulher a presidir a Assembleia Legislativa, e deputada federal por dois mandatos. Otalina Aleixo teve forte atuação social entre a população pobre de Manaus. Criou uma creche para atender filhos de prostitutas, além de um pequeno ambulatório, onde atendia meninas doentes.
Paralelo às homenagens, o grupo discutiu os últimos acontecimentos de Manaus: a nomeação do grupo conhecido como “Quinteto Fantástico” a delegados da Polícia Civil, o descaso dos governos estadual e municipal com o problema da cheia e os bairros atingidos e o excesso de benefícios concedidos aos políticos, como auxílio-paletó e 14º e 15º salários.
“É preciso ouvir a grita das ruas, disse um ministro outro dia. E eu e os colegas do Grupo de Políticas Amazônicas da UFAM começamos a pensar no que fazer para ouvir essa grita e trouxemos o ‘Jaraqui’ de volta”, explica o coordenador da nova versão do projeto, o professor de Ciências Políticas da Ufam, Ademir Ramos.
Ramos explica que nos anos de 79 a 81 o projeto Jaraqui brigava contra a construção da Hidrelétrica de Balbina e os impactos que ela causaria, e acabou causando no município de Presidente Figueiredo. “ Nós íamos para as ruas e discutíamos contra o tal ‘milagre brasileiro’ que o governo propunha, a rodovia Transamazônica, e hoje a bandeira principal é contra a corrupção e em favor do cumprimento da ‘Ficha Limpa’ para pressionar os partidos”, disse Ramos.
Aposentado Vivaldo Alves
“Vi muitos movimentos” É necessário retornarem esses debates em tribunas abertas. O interessante da tribuna livre é não depender de rádio, nem televisão e jornal para mostrar onde está a insatisfação do cidadão. Muitas vezes os meios de comunicação não são confiáveis. Nem sempre o interesse do dono é o mesmo do repórter. Hoje temo a Internet como uma grande tribuna. E você percebe que aqui não estão político, eles são fugidios. São camaleões que trabalham de acordo com os próprios interesses: se tem tempestade eles desaparecem, mas se tem bom sol são os primeiros a dizer que fizeram o sol. Nem todo político, mas a grande maioria está sem caráter. Sou de uma era em que político eram homens culto. Estou com 76 anos e vi muitos movimentos e manifestações nesta praça e vejo com alegria o retorno de espaços onde o povo pode falar.
O “Projeto Jaraqui” se reune todos os sábados no coreto da Praça Heliodoro Balbi (a Praça da Polícia), no Centro
Importante tribuna popular criada por professores, intelectuais, políticos e jovens no final da década de 70, o “Projeto Jaraqui” se reinventa e volta às praças de Manaus para oferecer à população um espaço livre para reclamar e discutir os problemas regionais, da cidade e do cotidiano do cidadão.
Com reuniões todos os sábados, a partir das 10h, na praça Heliodoro Balbi, no Centro da cidade, o 'Jaraqui' se reuniu na última semana para debater o tema “Mulher e cidadania” e homenagear, pela passagem do Dia das Mães, duas mulheres com atuação marcante na política amazonense: Beth Azize e Otalina Aleixo. Beth foi a primeira mulher a presidir a Assembleia Legislativa, e deputada federal por dois mandatos. Otalina Aleixo teve forte atuação social entre a população pobre de Manaus. Criou uma creche para atender filhos de prostitutas, além de um pequeno ambulatório, onde atendia meninas doentes.
Paralelo às homenagens, o grupo discutiu os últimos acontecimentos de Manaus: a nomeação do grupo conhecido como “Quinteto Fantástico” a delegados da Polícia Civil, o descaso dos governos estadual e municipal com o problema da cheia e os bairros atingidos e o excesso de benefícios concedidos aos políticos, como auxílio-paletó e 14º e 15º salários.
“É preciso ouvir a grita das ruas, disse um ministro outro dia. E eu e os colegas do Grupo de Políticas Amazônicas da UFAM começamos a pensar no que fazer para ouvir essa grita e trouxemos o ‘Jaraqui’ de volta”, explica o coordenador da nova versão do projeto, o professor de Ciências Políticas da Ufam, Ademir Ramos.
Ramos explica que nos anos de 79 a 81 o projeto Jaraqui brigava contra a construção da Hidrelétrica de Balbina e os impactos que ela causaria, e acabou causando no município de Presidente Figueiredo. “ Nós íamos para as ruas e discutíamos contra o tal ‘milagre brasileiro’ que o governo propunha, a rodovia Transamazônica, e hoje a bandeira principal é contra a corrupção e em favor do cumprimento da ‘Ficha Limpa’ para pressionar os partidos”, disse Ramos.
Aposentado Vivaldo Alves
“Vi muitos movimentos” É necessário retornarem esses debates em tribunas abertas. O interessante da tribuna livre é não depender de rádio, nem televisão e jornal para mostrar onde está a insatisfação do cidadão. Muitas vezes os meios de comunicação não são confiáveis. Nem sempre o interesse do dono é o mesmo do repórter. Hoje temo a Internet como uma grande tribuna. E você percebe que aqui não estão político, eles são fugidios. São camaleões que trabalham de acordo com os próprios interesses: se tem tempestade eles desaparecem, mas se tem bom sol são os primeiros a dizer que fizeram o sol. Nem todo político, mas a grande maioria está sem caráter. Sou de uma era em que político eram homens culto. Estou com 76 anos e vi muitos movimentos e manifestações nesta praça e vejo com alegria o retorno de espaços onde o povo pode falar.
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