PROJETOS DA COPA 2014 EM MANAUS

PROJETOS DA COPA 2014 EM MANAUS

quinta-feira, 17 de maio de 2012

ARENAS MULTIUSO PODEM SER RENTÁVEIS, AVALIAM DIRIGENTES DE CLUBES.

FONTE: http://www2.camara.gov.br/agencia/noticias/ESPORTES/417557-ARENAS-MULTIUSO-PODEM-SER-RENTAVEIS,-AVALIAM-DIRIGENTES-DE-CLUBES.html

 

Dirigentes de clubes e federações de futebol afirmaram, durante o seminário “Brasil Pós-Copa 2014: Legado e Gestão dos Estádios”, promovido nesta quarta-feira pela Comissão de Turismo e Desporto, que as chamadas arenas multiuso podem ser rentáveis e viáveis economicamente. Essas arenas servem tanto para jogos de futebol como para eventos de cultura e lazer.

O conceito de arena multiuso envolve acesso fácil por meio do transporte público, facilidade para compra de ingresso, espaços de alimentação, conforto e opções de lazer, como visita à sala de troféus, locais para compra de souvenirs e tours de visitação em dias sem jogo.

O diretor-executivo do Botafogo, clube que administra a arena multiuso do Engenhão (RJ), Sérgio Landau, afirmou o estádio rendeu ao clube aproximadamente R$ 1,8 milhão, de janeiro a abril de 2012, apenas com pequenos eventos.

Landau lembrou que, no ano passado, o Engenhão deu um lucro de R$ 8 milhões ao clube com a realização de shows, como o do cantor Justin Bieber, eventos de outros esportes, como o Ultimate Fighting Championship (UFC), e até pequenas filmagens cinematográficas.

Sem dinheiro público
Já o presidente da Federação Pernambucana de Futebol, Evandro Barros de Carvalho, afirmou que recursos privados vão possibilitar quatro novas arenas em cidades de Pernambuco. “Reunimos um pool de empresas e formamos um funding imobiliário que vai permitir que as obras sejam feitas sem aporte de dinheiro público”, informou.

Carvalho, que dirige a federação há 10 meses, destacou as mudanças que tem feito para modernizar a gestão do futebol pernambucano. Segundo contou, foram contratados gestores provenientes de outros estados que recebem 20% dos lucros que a entidade consegue obter.

O dirigente do futebol pernambucano afirmou que, apesar de ser a maior paixão do brasileiro, o futebol também deve ser visto como um negócio, que exige uma alocação de recursos muito grande, com investimentos altos e gastos ainda maiores.

Autossustentável
Seminário Brasil Pós-Copa 2014: Legado e Gestão dos Estádios - Andres Sanchez (diretor de seleções da CBF) e dep. Romário (PSB-RJ)
O ex-presidente do Corinthians e atual diretor de Seleções da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Andrés Sanchez, declarou que o clube não pretende utilizar as instalações do seu
Renato Araújo
Andres Sanhes (E) afirmou que o Corinthians deverá usar o estádio exclusivamente para eventos de futebol.

futuro estádio (Itaquerão) para shows, pois o gramado não foi projetado para comportar esse tipo de atividade.

O dirigente informou que a arena terá capacidade para 48 mil pessoas e que o time paulista vai pagar ao BNDES os R$ 400 milhões que pegou emprestado para o empreendimento. Ele declarou também que, em março ou abril do próximo ano, o Corinthians irá divulgar todos os gastos que teve com a obra.

Mesmo sem ainda ter seu próprio estádio, contou Andrés, o clube conseguiu R$ 37 milhões no ano passado só com a venda de ingressos. "O Corinthians é autossustentável só com eventos de futebol", disse. Segundo ele, o time vende de 60% a 70% dos seus ingressos pela internet, evitando filas e desconforto para os torcedores.

O ex-presidente do Corinthians questionou também a viabilidade de as classes D e E terem acesso a grandes arenas multiuso, como a Amsterdam Arena (casa do time holandês Ajax), devido ao alto preço das entradas. "Temos de pensar que público queremos nos estádios. Queremos futebol para rico, para pobre ou para todos? Do jeito que o futebol está sendo levado, vai ser só para os ricos", criticou.

Copa do Brasil
O diretor de Competições da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Virgilio Elisio, informou que a entidade pretende definir, com antecedência, em que estádio será jogada a final da Copa do Brasil (torneio nacional que reúne os campeões estaduais) a partir de 2014, independentemente do estado dos times finalistas.

A declaração foi feita após sugestão do vice-presidente da Federação Gaúcha de Futebol, Luciano Hocsman, de que a CBF defina que determinados jogos nacionais sejam realizados em estádios de futebol de cidades onde não há muita tradição em relação ao esporte, como Manaus e Brasília. O objetivo seria dar mais uso a essas arenas de futebol.

Elisio informou que a Rede Globo de Televisão, uma das donas dos direitos de transmissão da Copa do Brasil, foi consultada sobre a iniciativa. "A Globo adorou", disse Elisio, justificando que, assim, a emissora poderá organizar as transmissões com mais antecedência.

O dirigente esclareceu, no entanto, que a decisão de estabelecer campos neutros para a final da Copa do Brasil depende ainda de acordo com as federações. “Existe uma hierarquia que deve ser respeitada. A CBF não pode exigir que uma federação de determinado estado aceite jogar suas partidas num estado diferente do seu", declarou.

Clubes quebrados
O diretor-executivo de Marketing e Comunicação do Atlético Paranaense, Mauro Holzmann, afirmou que, apesar de o futebol ser a grande âncora para as arenas multiuso, "não adianta fazer 15 estádios maravilhosos com todos os clubes quebrados". Segundo ele, os times têm de se unir para fortalecer suas estruturas.

No seminário, o dirigente elogiou a gestão da Arena Amsterdam, experiência bem sucedida de estádio multiuso na Holanda. Segundo Holzmann, essa arena oferece altos níveis de segurança e conforto, além de ter uma estrutura capaz de receber eventos mais distintos possíveis. O representante do Atlético/PR disse que, em uma visita que fez à Arena Amsterdam, verificou a presença de 3 mil pessoas utilizando os espaços do estádio para várias finalidades em um dia no qual sequer havia jogos.

Efeito Copa
O diretor de Competições da CBF, Virgilio Elisio, afirmou que o Brasil deveria aproveitar o que chamou de "efeito Copa" para melhorar as competições de futebol, a gestão dos campeonatos e a infraestrutura dos quase 700 estádios que existem em todo o País.

Virgilio Elisio informou que 75% dos estádios do País têm capacidade para até 10 mil torcedores e apenas 8,3% comportam de 15 mil a 20 mil pessoas. "Linhas de financiamento, por exemplo, do BNDES, poderiam ser pensadas para melhorar a infraestrutura dos pequenos estádios", sugeriu.

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