O Autódromo de Jacarepaguá será desativado para dar lugar a
obras do Parque Olímpico.
Acontece neste domingo a última corrida de carros do Autódromo de
Jacarepaguá. Às 12h50, pilotos que disputam o Campeonato Estadual de Marcas do
Rio de Janeiro largam para aquela que será a prova do fechamento de uma pista
histórica para o automobilismo brasileiro.
HISTÓRIA NA PISTA DE JACAREPAGUÁ
Relembre alguns fatos históricos que ocorreram no Autódromo de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro: |
7 de setembro de 1979 |
Autódromo recebe o Festival do Álcool, prova realizada durante o período em que as corridas de carros estavam proibidas no país devido à crise do petróleo |
29 de janeiro de 1978 |
Autódromo recebe seu primeiro Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1. Emerson Fittipaldi chega em segundo, atrás do argentino Carlos Reutemann |
25 de março de 1984 |
Ayrton Senna faz sua estreia na Fórmula 1 durante o Grande Prêmio do Brasil |
17 de setembro de 1995 |
Autódromo recebe a primeira corrida de Moto GP realizada no Brasil |
17 de março de 1996 |
Autódromo recebe a primeira prova de Fórmula Indy realizada no Brasil. O brasileiro André Ribeiro vence a corrida para festa dos espectadores |
Foi no autódromo batizado com o nome de Nelson Piquet que Ayrton Senna correu
pela primeira vez com um carro de Fórmula 1, em 1984. Foi ali que o Brasil
recebeu pela primeira vez uma prova de Moto GP, em 1995, e uma corrida de
Fórmula Indy, em 1996.
Será ali também que será construído o Parque Olímpico da Olimpíada de 2016,
que acontecerá no Rio de Janeiro. Por isso, quando nesta tarde os pilotos
cruzarem a linha de chegada e os espectadores deixarem o autódromo, o circuito
será definitivamente desativado para abrir espaço para as obras olímpicas em
curso na capital fluminense.
Sem Jacarepaguá, o Rio de Janeiro ficará temporariamente sem autódromo. O
projeto de construção de uma nova pista em Deodoro, Zona Norte da cidade, ainda
não saiu do papel. Por conta disso, as corridas dos campeonatos locais devem ser
transferidas para Minas Gerais nos próximos anos.
Segundo o presidente da Federação de Automobilismo do Rio de Janeiro (Faerj),
Djalma Neves, um acordo com a Prefeitura vai subsidiar equipes para que elas
possam correr na pista do Mega Space, em Santa Luzia, na Região Metropolitana de
Belo Horizonte (MG), enquanto o Autódromo de Deodoro não fica pronto. Ele disse
que em novembro deve ser divulgado o cronograma da construção da nova pista
carioca e uma previsão para sua conclusão.
“Esperamos que tudo siga conforme o combinado com os governos [municipal,
estadual e federal]”, afirmou Neves, ao UOL Esporte. “Nos foi
prometido um novo autódromo para que o automobilismo do Rio de Janeiro não
acabe. Quero acreditar que isso tudo está sendo resolvido.”
Para Neves, porém, o futuro Autódromo de Deodoro não deve suprir a falta que
a pista de Jacarepaguá fará para o automobilismo brasileiro. “Perdemos o
Maracanã do automobilismo”, disse ele. “Podemos ganhar o melhor autódromo do
mundo, mas não será como o 'Maracanã'. É simples.”
POLÊMICA DO PARQUE OLÍMPICO
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A construção do Parque Olímpico para a Rio-2016 já foi contestada na Justiça pela Confederação Brasileira de Automobilismo. A entidade tinha um acordo com governos prevendo que o Autódromo de Jacarepaguá fosse desativado só após a construcão de um novo autódromo no Rio de Janeiro. Isso não aconteceu. A obra do Parque Olímpico já começou e o projeto do Autódromo de Deodoro deve ser divulgado só no final deste ano, segundo o governo do Rio de Janeiro
Neves disse que a história do automobilismo nacional passa por Jacarepaguá.
Ali, correram os melhores pilotos do país, disse ele. Ali, o automobilismo
brasileiro demonstrou sua força quando as corridas haviam sido proibidas por
conta da crise do petróleo causada por guerras e revoluções no Oriente Médio
“Em 1979, o governo militar havia proibido as corridas por causa da falta de
gasolina. Nós realizamos o Festival do Álcool, com 11 provas e 54 mil
espectadores”, contou ele.
O presidente de Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA), Cleyton
Pinteiro, também acredita que não haverá substituto para o Autódromo de
Jacarepaguá. Pinteiro negocia diretamente com governos a construção da pista de
Deodoro e acredita que o projeto é muito bom. Contudo, a história do Autódromo
Nelson Piquet é única.
“O projeto de Deodoro está encaminhado. Este problema está superado, mas
Jacarepaguá é como um filho para o pessoal do automobilismo”, afirmou ele.
“Estou enterrando um filho. Nascerá outro, tudo bem. Mas nunca é fácil enterrar
um filho da gente.”
O governo do Rio de Janeiro é quem será o responsável pela obra do novo
autódromo da capital. O projeto para a pista e os recursos virão do governo
federal.
O Estado informou que espera que o projeto do governo federal chegue até
dezembro. Com ele, a construção do autódromo pode ser licitada.
O governo federal informou, por meio do Ministério do Esporte, que está
finalizando o projeto. Os recursos para a obra já estão garantidos no orçamento.
Serão liberados após da assinatura de um convênio com o Estado. Segundo o
ministério, o Autódromo de Deodoro estará pronto em 2014.
Ainda segundo o ministério, o Autódromo de Deodoro será moderno e capaz de
receber qualquer prova do automobilismo internacional. O órgão infomou ainda que
a nova pista para corridas do Rio de Janeiro vai substituir “um autódromo
deteriorado como o de Jacarepaguá”.
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