Vinicius Konchinski e Vinícius Segalla
Do UOL, no Rio de Janeiro e em São Paulo
O Ministério Público Federal e o Ministério Público do Amazonas protocolaram
um pedido ao Governo do Estado do Amazonas e à Caixa econômica Federal para que
seja anulado o contrato de construção do monotrilho de Manaus (AM), orçado em R$
1,3 bilhão, e para que não seja concedido o financiamento de R$ 600 milhões em
recursos subsidiados do governo federal (Via Caixa) para a obra, que estava
prevista para a Copa do Mundo de 2014.
A obra, segundo a primeira versão da Matriz de Responsabilidades da Copa, de
janeiro de 2010, deveria ter começado em junho do ano passado, mas nada saiu do
papel até agora.
A última promessa do coordenador da Unidade Gestora do
Projeto Copa em Manaus, Miguel Capobiango, é a de que o projeto executivo da
intervenção ficará pronto até junho deste ano, podendo assim dar início aos
trabalhos de construção.
MANAUS NÃO ESTÁ SOZINHA
- Das cinco cidades-sedes da Copa do Mundo de 2014 que incluíram em seu planejamento oficial para o evento a construção de linhas de trem de superfície, quatro não deverão entregar as obras antes do início do Mundial de futebol, em junho de 2014. São elas: Brasília (DF), Cuiabá (MT), Manaus (AM) e São Paulo (SP). LEIA MAIS
A Ordem de Serviço (OS) da obra foi assinada pelo Estado e pelo Consórcio
Monotrilho Manaus, composto pelas empresas CR Almeida S.A., Engenharia de Obras
Mendes Júnior Trading e Engenharia S.A., em janeiro deste ano. Segundo este
documento, as empreiteiras têm 40 meses, a contar da assinatura da OS, para
entregar a linha, ou seja, até julho de 2015.
Só o estouro do prazo já seria motivo para os ministérios públicos
solicitarem a anulação da concorrência e do financiamento, uma vez que as duas
operações foram desenhadas com condições especiais de pagamento e autorização de
aumento da capacidade de endividamento do Estado exclusivamente porque trata-ve
se uma obra dita necessária para a Copa do Mundo de 2014. Já que ela não ficará
pronta para o tornio, deixa de existir motivos para que o Estado se valha das
condições especiais.
Além disso, porém, os órgãos de controle estadual e federal encontraram
inúmeras irregularidades em todo o processo, classificada pelos promotores como
"gravíssimas".
As autoridades resumem assim os principais problemas da obra:
- Insuficiência do projeto básico;
- Inviabilidade Econômico-Financeira;
- Ausência de funcionalidade do Monotrilho de Manaus;
- Ausência da capacidade Operacional pretendida;
- Ausência de funcionalidade do Monotrilho de Manaus;
- Ausência da capacidade Operacional pretendida;
- Subdimensionamento do custo do Monotrilho;
- Estouro no prazo de execução para além da Copa do Mundo 2014;
- Estouro no prazo de execução para além da Copa do Mundo 2014;
- Incompetência legal do Estado do Amazonas para implementar projeto de
transporte coletivo urbano municipal;
O desfecho da história fica para a semana que vem.
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