Dossiê denuncia remoções forçadas no Rio para Copa e Olimpíada
Documento afirma que pelo menos 7.185 famílias estão sob a ameaça de despejo em 24 favelas da cidade
Um relatório divulgado nesta quinta-feira (19) denunciou que a organização da Copa do Mundo de 2014 e da Olimpíada de 2016 está promovendo milhares de desalojamentos forçados e outros graves abusos contra a população pobre do Rio de Janeiro.
O documento, elaborado pelas comunidades de desabrigados e intitulado "Megaeventos e violações dos direitos humanos no Rio de Janeiro", diz que pelo menos 7.185 famílias estão sob a ameaça de despejo em 24 favelas da cidade.
Desse total, 1.100 famílias já foram retiradas devido a obras diretamente relacionadas com os eventos esportivos ou com a execução de obras de infraestrutura, segundo o documento.
Um dos autores do dossiê, o especialista em urbanismo Orlando Santos Júnior, explicou que o número de desalojamentos programados pode ser maior, uma vez que a Prefeitura não forneceu todos os dados das zonas afetadas.
Na apresentação do relatório, a relatora da ONU para o Direito à Moradia, Raquel Rolnik, atribuiu algumas dessas remoções a interesses econômicos e imobiliários.
Rolnik afirmou que em várias cidades brasileiras se tratou de fazer coincidir o traçado das novas linhas de transporte com a localização das favelas, "porque é mais barato e fácil expropriar" lá que nos bairros.
A representante da ONU denunciou que as indenizações pagas a essas pessoas são baixas e que tampouco são oferecidas alternativas dignas de moradia.
O relatório alertou que as autoridades pretendem enviar os desalojados a bairros distantes, na periferia, onde há carência de transporte e nos serviços básicos, enquanto os investimentos se concentram em zonas ricas, criando "exclusão e novos processos de elitização", em palavras de Orlando Santos Júnior.
"O sistema de transporte hoje é caro e precário, e seu modelo de expansão é irracional. O metrô será levado a áreas vazias, a lugares não prioritários para a cidade", avaliou o especialista.
O documento também chamou a atenção ao "precário" trabalho feito nas obras da Copa do Mundo por conta da pressa, o que levou à convocação de greves em várias cidades brasileiras, incluindo o Rio de Janeiro.
Além disso, o dossiê alerta que leis municipais do Rio, seguindo as diretrizes da Fifa, "privatizaram o espaço público" e impedirão os vendedores ambulantes nos arredores dos estádios e dos locais de concentração de torcedores.
O documento, elaborado pelas comunidades de desabrigados e intitulado "Megaeventos e violações dos direitos humanos no Rio de Janeiro", diz que pelo menos 7.185 famílias estão sob a ameaça de despejo em 24 favelas da cidade.
Desse total, 1.100 famílias já foram retiradas devido a obras diretamente relacionadas com os eventos esportivos ou com a execução de obras de infraestrutura, segundo o documento.
Um dos autores do dossiê, o especialista em urbanismo Orlando Santos Júnior, explicou que o número de desalojamentos programados pode ser maior, uma vez que a Prefeitura não forneceu todos os dados das zonas afetadas.
Na apresentação do relatório, a relatora da ONU para o Direito à Moradia, Raquel Rolnik, atribuiu algumas dessas remoções a interesses econômicos e imobiliários.
Rolnik afirmou que em várias cidades brasileiras se tratou de fazer coincidir o traçado das novas linhas de transporte com a localização das favelas, "porque é mais barato e fácil expropriar" lá que nos bairros.
A representante da ONU denunciou que as indenizações pagas a essas pessoas são baixas e que tampouco são oferecidas alternativas dignas de moradia.
O relatório alertou que as autoridades pretendem enviar os desalojados a bairros distantes, na periferia, onde há carência de transporte e nos serviços básicos, enquanto os investimentos se concentram em zonas ricas, criando "exclusão e novos processos de elitização", em palavras de Orlando Santos Júnior.
"O sistema de transporte hoje é caro e precário, e seu modelo de expansão é irracional. O metrô será levado a áreas vazias, a lugares não prioritários para a cidade", avaliou o especialista.
O documento também chamou a atenção ao "precário" trabalho feito nas obras da Copa do Mundo por conta da pressa, o que levou à convocação de greves em várias cidades brasileiras, incluindo o Rio de Janeiro.
Além disso, o dossiê alerta que leis municipais do Rio, seguindo as diretrizes da Fifa, "privatizaram o espaço público" e impedirão os vendedores ambulantes nos arredores dos estádios e dos locais de concentração de torcedores.
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