Yuri Freitas Do Contas Abertas |
As Olimpíadas e Paralimpíadas do Rio de Janeiro já contam com logomarcas oficiais, cronograma de competições, lista de empresas patrocinadoras e até mesmo a bandeira Olímpica – um dos principais símbolos dos jogos – já se encontra em terras tupiniquins. Entretanto, mesmo após o encerramento dos jogos Olímpicos de Londres, ainda não há um orçamento definitivo que englobe os dispêndios exigidos pela empreitada.
O orçamento inicial apresentado no dossiê de candidatura da cidade em 2008 foi de R$ 28,8 bilhões (US$ 14,4 bilhões). A estimativa foi elaborada por equipe multidisciplinar: o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos (COJO) contou com apoio técnico de setores do governo federal e do Legislativo, como Banco do Brasil, Tribunal de Contas da União e Ministério do Planejamento.
O documento apresentava, ainda, os valores projetados para 2016, ano do evento: R$ 38,7 bilhões (US$ 16,7 bilhões). O plano orçamentário, contudo, divide-se fundamentalmente em dois segmentos: (i) o de responsabilidade do COJO, destinado ao planejamento, operação do evento e montagem de estruturas temporárias; e (ii) o segmento de responsabilidade do governo, iniciativa privada, etc. (não COJO), que engloba as construções da Vila Olímpica, Vila de Imprensa, estádios, etc.
As despesas decorrentes de ações do COJO contabilizavam R$ 5,6 bilhões a serem totalmente financiados através de contribuições do Comitê Olímpico Internacional (R$ 1,2 bilhão) e subsídios dos governos federais, estaduais e municipais (R$ 1,4 bilhão), além de patrocínio e vendagem de ingressos. O restante (R$ 23,2 bilhões) é de responsabilidade do segmento não COJO, que deveria investir, pelo menos, R$ 8,9 bilhões em estradas e ferrovias, conforme dossiê.
Como aponta o jornalista esportivo José Cruz, “depois que o Brasil ganhou, o orçamento precisou passar por uma atualização. E é isso que o COJO, novamente com os técnicos brasileiros, está realizando. O objetivo é evitar críticas semelhantes às que surgiram por ocasião dos Jogos Panamericanos de 2007, quando o primeiro orçamento, elaborado pela Fundação Getúlio Vargas, ficou em torno de R$ 470 milhões e o evento acabou custando R$ 3,4 bilhões”.
Dentre as inserções no novo orçamento devem constar a construção de um campo de golfe – o esporte passará a ser modalidade olímpica em 2016 –, modificações consideráveis no parque aquático Maria Lenk e a construção de um novo velódromo, aponta José Cruz.
Já o deputado federal José Rocha (PR-BA), presidente da Comissão de Turismo e Desporto da Câmara, enfatiza a importância da Autoridade Pública Olímpica no modo como os gastos das Olimpíadas serão geridos no país, na medida em que ela é a encarregada de estabelecer consórcio entre as três esferas de poder – municipal, estadual e federal –, coordenar e delimitar as responsabilidades de cada ente federado.
Em paralelo, existirá o acompanhamento nas diversas esferas de poder pelos órgãos fiscalizadores – Tribunal de Contas dos Municípios, Estado e União –, para evitar a repetição dos erros do Pan. “O Pan foi um descontrole total, onde um orçamento que previa R$ 400 milhões foi lá para casa dos bilhões. Houve realmente um exagero na previsão dos custos, dos gastos, e não houve acompanhamento em nível de uma entidade que pudesse dar satisfação aos órgãos fiscalizadores”, afirmou o deputado José Rocha.
Rocha também alertou para o risco de o orçamento final – e, por conseguinte, o início das principais obras – ser definido tardiamente. “Na medida em que se acumulam essas obras para o final, elas tendem a encarecer, porque aí você vai ter que usar três turnos de trabalho – como está acontecendo em alguns estádios, agora, para a Copa do Mundo”.
O deputado explica: “na medida em que você usa dois turnos, é um valor. Na medida em que você usa três turnos de trabalho, você coloca pessoal pra trabalhar à noite, com hora-extra e encargos, aí o custo da obra aumenta. Então, por isso é que você tem que dar um tempo maior, para que o custo seja menor, diz.
Para o jornalista José Cruz, que vem acompanhando a questão,“o atraso se deve à complexidade desses orçamentos e à inexperiência do Brasil em apurar um orçamento do tipo. Nós não temos experiência em orçamentos de grandes eventos internacionais, ainda mais em duas moedas – temos que fazer isso em real e transportar depois para dólar – e projetar tudo para 2016. Por isso que entram técnicos de outras áreas, do governo inclusive, para projetar os valores de hoje para 2016”. E acrescenta: “O simples fato de nós termos realizado o Panamericano não quer dizer que a gente tenha aprendido tudo. O Pan tinha 24 modalidades esportivas, agora nós vamos ter 30. O Pan era para 4 mil atletas, agora nós vamos ter 10 mil. O Pan era continental, agora nós vamos ter 202 países representados”, afirmou.
Contudo, Cruz ressalta a importância da ajuda de técnicos estrangeiros – especificamente da Espanha e Austrália – na elaboração do orçamento definitivo. “Estão realizando o trabalho com cautela, com precaução e com pessoas experientes em contas públicas, entre elas do governo, para podermos ter um orçamento o mais atualizado e correto possível”, disse.
|
O BLOG DO FÓRUM POPULAR DA COPA 2014 EM MANAUS É UM ESPAÇO QUE VISA DIVULGAR AS NOSSAS ATIVIDADES E TAMBÉM, PARA RECEBER DENUNCIAS DE POSSÍVEIS IRREGULARIDADES QUE VENHAM ACONTECER, NO QUE DIZ RESPEITO A COPA DO MUNDO EM MANAUS. The BLOG FORUM 2014 IN PEOPLE'S CUP Manaus is a space that aims to promote our activities and also to receive reports of possible irregularities THAT WILL HAPPEN, WITH REGARD TO THE WORLD CUP Manaus.
PROJETOS DA COPA 2014 EM MANAUS
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
OLIMPÍADAS DE 2016: ORÇAMENTO DEVERÁ CHEGAR A R$ 30 BILHÕES.
FONTE: http://contasabertas.com.br/WebSite/Noticias/DetalheNoticias.aspx?Id=998&AspxAutoDetectCookieSupport=1
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário