O BLOG DO FÓRUM POPULAR DA COPA 2014 EM MANAUS É UM ESPAÇO QUE VISA DIVULGAR AS NOSSAS ATIVIDADES E TAMBÉM, PARA RECEBER DENUNCIAS DE POSSÍVEIS IRREGULARIDADES QUE VENHAM ACONTECER, NO QUE DIZ RESPEITO A COPA DO MUNDO EM MANAUS. The BLOG FORUM 2014 IN PEOPLE'S CUP Manaus is a space that aims to promote our activities and also to receive reports of possible irregularities THAT WILL HAPPEN, WITH REGARD TO THE WORLD CUP Manaus.
PROJETOS DA COPA 2014 EM MANAUS
sexta-feira, 31 de agosto de 2012
SECRETARIA DE SEGURANÇA PARA GRANDES EVENTOS SÓ DESEMBOLSA 9% DO ORÇAMENTO DE 2012.
FONTE: http://contasabertas.com.br/WebSite/Noticias/DetalheNoticias.aspx?Id=999
Dyelle Menezes Do Contas Abertas |
A Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos (Sesge) ainda não utilizou os recursos previstos para 2012. Do total de R$ 643,6 milhões autorizados para este ano, apenas R$ 59,1 milhões, equivalente a 9,2%, foram desembolsados. Apesar disso, segundo a assessoria da Pasta, a execução está dentro do previsto.
“A Secretaria pré-empenhou cerca de R$ 350 milhões. A complexidade e a quantidade de equipamentos a serem adquiridos – o que exigiu estudos com cada um dos estados sede e o Distrito Federal – faz com que a maior parte dos recursos seja executada apenas no terceiro quadrimestre. É também o primeiro orçamento da Secretaria, criada em agosto de 2011”, explicou a assessoria.
A Secretaria informou que trabalha vários termos de referência para realizar pregões eletrônicos. Em agosto, por exemplo, foram realizadas três audiências públicas para aquisição de equipamentos como imageadores aéreos (câmera especial para helicóptero), plataformas móveis e kits antibombas.
Outro fator a ser considerado é a necessidade de integrar sistemas e tecnologias dos estados e Distrito Federal com a União. “O desafio é enorme, já que cada ente federado, cada instituição de segurança pública utiliza sistemas de informações e de radiocomunicação próprios, além de tecnologias distintas de bancos de dados”, explica.
A principal meta é deixar um legado tecnológico para todas as Secretarias de Segurança Pública dos estados-sede e do Distrito Federal. “Esse legado inclui a estruturação de Centros Integrados de Comando e Controle, com equipamentos de alta tecnologia. A estimativa é que cada uma das 12 Secretarias de Segurança Pública receba aproximadamente R$ 80 milhões em novos equipamentos”.
A Sesge foi criada, pelo Decreto nº 7.538, de 1º de agosto de 2011, vinculada ao Ministério da Justiça, com o propósito de planejar, definir, coordenar, implementar, acompanhar e avaliar as ações de segurança pública para os Grandes Eventos, com destaque para a Copa das Confederações da FIFA Brasil 2013, a Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014, além de outros eventos designados pela Presidência da República.
Entretanto, essa coordenação foi questionada na última semana, quando assessores da presidente da República, Dilma Rousseff, confirmaram que ela decidiu privilegiar o papel das Forças Armadas no comando da segurança dos grandes eventos que vão ocorrer no Brasil a partir do ano que vem.
A intervenção da presidente na estrutura criada para os eventos teria ocorrido depois que Dilma formou a convicção de que, na greve em curso, os policiais federais não agiram de forma compatível com a função que exercem, fato que seria extremamente grave se voltasse a ocorrer em um evento internacional.
Na semana passada, o Ministério da Defesa publicou no Diário Oficial da União (DOU) portaria que prevê a redistribuição de verbas de segurança em eventos e avança nas funções estratégicas da Secretaria em favor dos comandos do Exército, Marinha e Aeronáutica.
Conforme a portaria, na hipótese de emergência, o Ministério da Defesa fica autorizado a realizar o planejamento para emprego temporário das Forças Armadas para atuar nas áreas de defesa aeroespacial, controle de espaço aéreo, defesa de áreas marítima, fluvial e portuária, segurança e defesa cibernética, preparo e emprego, comando e controle e defesa contra terrorismo. O Ministério está também apto a comandar tarefas de fiscalização de explosivos, de forças de contingência e de defesa contra agentes químicos, biológicos, radiológicos ou nucleares.
Nesta quarta (29), contudo, portaria da Sesge, também publicada no DOU, afirmou que a Secretaria fica responsável por “planejar, definir, coordenar, implementar, acompanhar e avaliar as ações de segurança pública para os grandes eventos”. Dentre as tarefas está a preparação e coordenação entre Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Força Nacional com os órgãos de segurança estaduais, Corpo de Bombeiros e agências de defesa civil para caso de tragédias durante o evento em todos os estados.
Segundo o Planalto, o que existe é uma portaria que regulamenta apenas o trabalho da Defesa e do Ministério da Justiça separadamente, sem que cada uma delas trate de “coordenação”. “Não há sobreposição de tarefas. Os trabalhos da Defesa e da Justiça são complementares”, explicou a assessoria da presidente. A mesma ideia é compartilhada pelas assessorias dos órgãos, ou seja, não haveria atritos nesse setor.
Greve
Os agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal decidiram rejeitar as propostas de reajuste do governo federal e manter a greve iniciada no último dia 7 em todo o país. Segundo a Fenapef (Federação Nacional dos Policiais Federais), as negociações com o governo já ultrapassam os 900 dias.
A Sesge tem um plano de contingência, que faz parte do planejamento estratégico já apresentado aos estados, para lidar com eventual paralisação de servidores de segurança pública, de forma a evitar que a sociedade ou o evento sejam prejudicados.
“Há um planejamento ordinário, no qual todas as instituições cumprem as atribuições constitucionais e legais, e um planejamento alternativo, com a utilização de outros órgãos públicos, para o cumprimento das responsabilidades do órgão cujos servidores, por ventura, deixem de trabalhar”, explica.
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PRESIDENTE DA FIFA AFIRMA QUE NÃO FUNCIONA ADVERTIR O BRASIL POR OBRAS DA COPA.
FONTE: http://www.d24am.com/noticias/manaus-2014/presidente-da-fifa-afirma-que-no-funciona-advertir-o-brasil-por-obras-da-copa/67431
31 Ago 2012 . 07:01 h . Agência France Press . portal@d24am.com
"Vi o relatório técnico, já não existem zonas em vermelho, há muito poucas em amarelo e muitas em verde. Os representantes compreenderam que devem seguir ali", afirmou Blatter.
Zurique - O presidente da Fifa,
Joseph Blatter, disse em uma entrevista exclusiva à AFP que "aos brasileiros não
falamos mais nada, não funciona", a respeito das críticas ao atraso das obras
para a Copa do Mundo de 2014.
"Aos brasileiros não falamos mais nada, não funciona. O que mudou foi a
introdução de um membro do governo no comitê local. Não se pode organizar um
Mundial sem representantes do governo para a segurança, as telecomunicações, os
satélites, as infraestruturas, as estradas, os trens, os aviões", declarou
Blatter.
"Vi o relatório técnico, já não existem zonas em vermelho, há muito poucas em
amarelo e muitas em verde. Os representantes compreenderam que devem seguir
ali", completou.
"Mas terão problemas internos, as pessoas trabalham muito, as obras serão
mais caras que o previsto, mas serão concluídas. Imaginem, Copa do Mundo no
Brasil!", expressou o dirigente.
"Infelizmente, não teremos vagas para todos. Romário queria que todos os
brasileiros tivessem um ingresso para o evento, mas há 200 milhões de habitantes
no Brasil e temos apenas três milhões de entradas", explicou Blatter.
"Romário compreendeu que os três milhões de ingressos também são para a
família do futebol (todos os países), é uma questão de solidariedade".
Blatter também disse que "fazer o Brasil, sexta potência econômica do mundo,
compreender isto não é fácil, mas será alcançado. O Mundial acontecerá no país
do futebol e isto é algo maravilhoso, todos os amantes deste esporte querem
estar lá", concluiu Blatter.
CONEXÕES PERIGOSAS: A COPA DO MUNDO E A MATCH SERVICES.
FONTE: http://apublica.org/2012/08/conexoes-perigosas-copa-mundo-match-services/
Jornalista sul-africano liga os pontos que unem os interesses da Fifa aos de seus parceiros comerciais
O que a Match Events and Services, uma prestadora de serviços controlada por uma empresa do Reino Unido com sede na Suiça, tem a ver com você?
Ela é a fornecedora oficial da Fifa de acomodação, ingressos e soluções em tecnologia da informação para a Copa do Mundo de 2014. O que significa que tudo que se refere a esses temas na realização do evento será intermediado pela empresa.
A Match, como é conhecida, detém, por exemplo, a exclusividade na comercialização de pacotes de hospedagem para a Copa. Ou seja, os que quiserem comprar acomodações para a Copa terão que fazê-lo através da empresa – que teoricamente deveria ter sido escolhida por licitação. É a Match que compra os pacotes da rede hoteleira do país-sede e depois os oferece para venda ao redor do planeta, sob o selo de fornecedora oficial da Fifa.
E este selo faz muita diferença. Em 12 de junho deste ano, a Match soltou um release, que está disponível aqui, comemorando o recorde de vendas nos pacotes de hospedagem para a Copa de 2014. Naquele momento, a exato dois anos da Copa, ela afirmava ter atingido 262 milhões de dólares em vendas desses pacotes.
A Match desempenhou o mesmo papel na Copa de 2010, na África do Sul. E foi alvo de investigação do jornalista sul-africano Rob Rose, especializado em corrupção nos negócios, que revelou a ocorrência de nepotismo, corrupção e falta de transparência na relação entre a Match e a Fifa, além de sobrepreço em hospedagem e outras denúncias.
O resultado do trabalho de Rose foi publicado em uma monografia do ISS (Institute for Security Studies), instituto de pesquisa sul-africano que reuniu artigos de vários jornalistas esportivos. Você pode baixar aqui, em PDF, o artigo em inglês publicado por Rose. O Copa Pública traduziu e separou alguns trechos desta detalhada investigação que será publicada em duas partes.
Aqui você lê a primeira parte do artigo de Rob Rose sobre a Match, escrito pouco antes do início da Copa da África do Sul, que antecipa pressões sobre o setor hoteleiro que se repetem agora, aqui no Brasil. A segunda parte, que será publicada na próxima terça-feira, disseca os negócios da Match e de seus controladores.
Os fornecedores oficiais da Fifa
Propostas obscuras e conflitos de interesse na Match
Por Rob Rose
Em maio de 2004, na cerimônia que anunciou que a Copa do Mundo de 2010 seria na África do Sul, o chefão da Fifa, Joseph Sepp Blatter, proclamou para uma multidão que incluía Nelson Mandela que “vitorioso era o futebol e que vitoriosa era a África”.
Mas, para ser exato, Blatter deveria ter dito que vitoriosa era a Fifa e sua rede de parceiros comerciais, que têm tirado muito mais proveito das últimas Copas do Mundo do que os países-sede.
Na linha de frente da lista de parceiros comerciais da Fifa está uma empresa obscura chamada Match Event Services, apontada como fornecedora oficial de acomodações da Fifa durante a Copa do Mundo, intermediária entre hotéis e turistas.
Embora a Match convença os donos de hotéis e pousadas das cidades-sede a manter as tarifas baixas porque os turistas são “sensíveis aos preços”, uma investigação feita por este jornalista confirmou que os turistas, na verdade, chegam a pagar à Match 1000% mais do que pagariam se não houvesse intermediário.
A Match Event Services é propriedade de uma empresa familiar registrada no Reino Unido chamada Byrom PLC. As circunstâncias do acordo entre a empresa e a Fifa são nebulosas: nunca houve um processo de licitação para obter esse contrato multimilionário, por exemplo.
Em situação muito semelhante está a Match Hospitality, braço da Match Events Services, que tem o selo oficial de aprovação da Fifa para fornecer pacotes de hospedagem de luxo para grandes empresas que querem impressionar clientes no evento sul-africano. A Match Hospitality se recusa a revelar sua estrutura acionária exata, mas um de seus quatro acionistas é a Infront Sports & Media, companhia de
Philippe Blatter – sobrinho e afilhado do chefão da Fifa.
Quem manda na Match?
As duas entidades Match – Match Events Services AG e Match Hospitality – são formalmamente independentes, mas têm acionistas em comum. A Match Events Services AG foi fundada em 2007 e é responsável por fornecer “acomodação, ingressos e tecnologia da informação para a Copa do Mundo”. Até 2008 ela era uma joint venture entre uma empresa do Reino Unido, Byrom PLC, e outra empresa suíça, a Eurotech – cada uma com 50% das ações. Mas, em 2008, a Byrom PLC comprou a Eurotech por 92 mil libras (pouco mais de 145 mil dólares), ficando com 100% do controle acionário da Match Event Services AG.
Os detalhes imprecisos da nomeação da Match pela Fifa serão discutidos depois, mas seus “diretores” – ou seja, a família Byrom – foram os fornecedores oficiais de acomodação da Fifa nas últimas seis últimas Copas do Mundo [Continuarão sendo durante a Copa de 2014 no Brasil]. Eles também forneceram serviços de tecnologia de informação em quatro Copas anteriores. Para a Copa de 2006, por exemplo, a Byrom PLC operou através de uma empresa registrada na Alemanha chamada Organising Comitte Accommodation Bureau GmbH & Co., da qual detinha 33% de participação. Essa empresa era o “comitê oficial de acomodação” do evento e também operava no escritório de ingressos da Fifa.
Após o evento na Alemanha, a Match Event Services AG (tratada daqui por diante como “Match”) se estabeleceu em Zug, na Suíça – a mesma pequena cidade em que a Fifa está sediada – como braço formal da Byrom PLC. Sem nenhuma espécie de licitação, imediatamente adquiriu o direito de ser a fornecedora oficial da FIFA.
A segunda empresa é a Match Hospitality. A Fifa anunciou em 30 de outubro de 2007 que a Match Hospitality fora escolhida como a “titular dos direitos de hospedagem após um concurso público”. Isto deu à Match Hospitality o direito de vender “pacotes de hospedagem” em todo o mundo a grandes empresas. Geralmente, o pacote inclui acomodação em suítes, alimentação e serviços para os dias dos jogos. 65% da Match Hospitality é controlada pela Byrom PLC, que divide a propriedade da empresa com a Dentsu, a Infront Sports & Media e a Bidvest.
A participação de cada um dos acionistas minoritários na Match Hospitality não está clara, porque todos alegam “confidencialidade” para evitar o assunto. Por exemplo, o executivo da Bidvest, Colin Kretzmann, um dos diretores da Match Hospitality, se recusou a revelar quanto a Bidvest possuía das ações da companhia e também a dizer quanto foi pago pelas ações. “Eu não estou em posição de revelar isto… Nós estamos sob acordo de confidencialidade entre a Match e a Fifa”, disse.
A Bidvest e a Match Hospitality estão intimamente ligadas, no entanto, como o relatório anual da primeira empresa, divulgado em 2008, deixa claro. Discutindo a compra de uma pequena parte da Match Hospitality, a Bidvest afirmou que “um benefício imediato será o de assegurar os negócios em apoio a Match Event Services durante a Copa das Confederações de 2009″.
Ambas as companhias – Match Event e Match Hospitality, são controladas pela família Byrom. Mas vamos falar primeiro da Match Event Services, a mais bem estabelecida das duas empresas e a “face pública” da família Byrom.
Abocanhando a maior parte dos lucros
Parte da responsabilidade oficial da Match, de acordo com a Fifa, é assegurar que acomodações estejam disponível aos torcedores “com preços justos e condições razoáveis”. Na África do Sul, a Match requisitou 80% dos quartos disponíveis nas principais redes de hotéis, incluindo o City Lodge, o Southern Sun e Protea Hotels, além de pousadas e “bed-and-breakfasts”. Ao todo, a empresa planejou montar um portfolio de 55 mil quartos – não toda a acomodação requerida pelo evento, mas certamente a maioria – e em outubro de 2009 já havia finalizado acordos de comercialização para 40.000 quartos.
Isso colocou a Match em posição de ditar os preços impostos aos visitantes, sob o pretexto de evitar que os “gananciosos” fornecedores locais extorquissem os estrangeiros vindos à África do Sul, desvalorizando o evento. De fato, o Acordo de Acomodação da Fifa para Pequenas, Médias e Microempresas de 2010 (2010 Fifa World Cup SMME Accomodation Agreement), feito pela Match, estipula que essas pousadas estão autorizadas a cobrar a taxa que eles “habitualmente” cobravam em junho de 2007, mais 16% de aumento em relação a seus preços de custo.
“Por exemplo, se a taxa de 2007 para um quarto de acomodação da Copa do Mundo fosse 1000 rands sul-africanos por noite (cerca de 118 dólares), a taxa a ser adotada na rede de acomodações da Fifa (…) será de 1.160 rands sul-africanos(cerca de 137 dólares) “, de acordo com o contrato da Match. A pousada vende os quartos para a Match, que então os revende aos turistas como a única empresa fornecedora oficial de acomodações da Fifa.
Algumas pousadas, porém, denunciaram, já em 2008, que estavam sendo “coagidas” a assinar o contrato a taxas que consideravam muito baixas. Meses de tensão entre a Match e a indústria do turismo chegaram ao ápice quando, em 3 de novembro de 2008, o CEO da SA Tourism, Moeketsi Mosola, conquistou apoio do setor hoteleiro por se opor publicamente ao contrato da Match.
Em conferência, Mosola disse que a Match era simplesmente um agente de viagens, e que não deveria usar o poder decorrente da Fifa para intimidar o resto da indústria turística. “Nós dissemos a Match que queremos trabalhar com eles, mas não que as empresas de turismo sejam levadas à falência após 2010″, disse. Mosola também perguntou: “Qual é o sentido da Copa do Mundo se não há vantagem alguma para a indústria nacional?”
A SA Tourism se retirou do conselho consultivo da Match em protesto contra a sua pressão sobre as pequenas pousadas e pediu a intervenção do Ministro do Turismo sul-africano, Marthinus Van Schalkwyk, para aperfeiçoar as relações entre a agência da Fifa e o setor de turismo local. Meses depois, Mosola pediu demissão da SA Tourism, e até hoje prefere não falar a respeito do episódio.
O caso Mosola, porém, revelou não apenas a pressão das fornecedoras da FIFA sobre a indústria local, mas o apoio que essas têm junto aos governo. Quando questionado sobre as sólidas margens de lucro que a Match teria na Copa de 2010, por exemplo, o ministro do Turismo respondeu por escrito que o problema entre Mosola e Match “já havia sido resolvido”. A porta-voz do ministro, Ronel Bester, disse: “As questões acerca da Match, seu controle acionário e procedimentos operacionais devem ser feitas a Fifa e a Match, já que a contratada da Fifa não é uma operadora de turismo sul-africana”. Ou seja, as autoridades varreram a disputa para debaixo do tapete.
O mais revelador, porém, é que enquanto a Match pressionava os sul-africanos a manter seus preços baseados nas taxas de 2007, ela mesma cobrava dos visitantes 30% a mais do que eles pagariam pelas acomodações se negociassem sem seu intermédio, como foi confirmado pelas redes hoteleiras.
Parece que, na África do Sul, o setor hoteleiro se resignou a aceitar margens de lucro menores pensando em uma futura compensação com a boa repercussão do evento. O CEO do Protea Hotel, Arthur Gillis, disse: “Qualquer um que pense que a Copa do Mundo é uma oportunidade de fazer dinheiro está se iludindo. Esta é uma oportunidade de marketing, e nós devemos ser avessos a qualquer especulação sobre isso.”
Já a Match não parece inspirada por tais motivos nobres, como fica claro nos valores oferecidos aos visitantes no mais importante parque nacional, o Kruger National Park.
Kruger Park: Um caso interessante
Um fascinante estudo de caso de como a Match foi capaz de aproveitar sua posição sancionada pela Fifa para extrair uma quantidade vertiginosa de dinheiro dos turistas da Copa do Mundo pode ser visto no caso do Kruger National Park.
A empresa estabeleceu preços absurdos durante a Copa comparados ao que os turistas normalmente iriam pagar. Por exemplo, as diárias no acampamento de Pretoriuskop foram fixadas em 4.276 dólares por noite (ou 29.971 rands sul-africanos) pela pousada para 16 pessoas – cerca de quatro vezes os 7.400 rands sul-africanos (ou 879 dólares) que seriam cobrados durante qualquer outra época. O que obviamente enfureceu os sul-africanos interessados em visitar o parque durante o período da Copa do Mundo.
Uma família que sempre visita o parque no mês de julho teve suas reservas em Skukuza (um dos acampamentos do parque) canceladas e seu depósito devolvido. Em troca, foi-lhes oferecido um alojamento alternativo no acampamento mais ao norte, Punda Maria, em Moçambique. Ernest Smit, um dos membros da família, esbravejou: “É irracional esperar que nós fossemos de carro para tão longe. Tenho certeza de que muitas pessoas irão reclamar desta solução”.
Fóruns de discussão no site da SANParks mostravam o descontentamento. Alguém identificado apenas como “Francoisd” calculou que os turistas estariam pagando acima do limite e perguntou retoricamente: “Eu gostaria de saber se os turistas da Copa sabem que irão pagar ‘um pouco’ a mais do que o normal.”
Essa realmente é a questão: os turistas não sabem disso, nem tem outra opção. E o fornecedor nomeado pela Fifa para comercializar hospedagem lucra com essa desinformação. Como um insulto final, os turistas ansiosos para ir ao Kruger Park não poderiam encontrar acomodação durante o período da Copa, a não ser via Match.
O blog Copa Pública é uma experiência de jornalismo cidadão que mostra como a população brasileira tem sido afetada pelos preparativos para a Copa de 2014 – e como está se organizando para não ficar de fora.
FIFA ACHA QUE A COPA ENTROU NOS TRILHOS. MAS A QUE PREÇO?
FONTE: http://veja.abril.com.br/noticia/esporte/fifa-acha-que-a-copa-entrou-nos-trilhos-mas-a-que-preco?utm_source=redesabril_veja&utm_medium=twitter&utm_campaign=redesabril_veja&utm_content=feed&
Com entrada do governo no comitê organizador local, entidade avalia que obras nos estádios ficarão prontas a tempo. Mas Blatter já avisa: isso vai custar caro.
Giancarlo Lepiani
Valcke e Ronaldo nas obras da Arena Amazônia: estádio acima do preço - Divulgação/Fifa
A advertência de Blatter pode ser comprovada nas próprias sedes visitadas por Valcke nesta semana. Cuiabá e Manaus têm seis obras ligadas à Copa. Quatro estão fora do prazo inicial. Somadas, custarão 1,4 bilhão de reais a mais do que o prometido
Há cerca de três meses, a Fifa avaliava que a Copa do Mundo de 2014 estava sob risco. Num relatório interno, apontava que nada menos que cinco dos doze estádios previstos para o Mundial estavam com obras fora do prazo. A entidade que controla o futebol não escondia sua insatisfação com a maneira como os trabalhos eram conduzidos pelos brasileiros. E seu presidente, Joseph Blatter, ainda tinha de lidar com a animosidade entre seu principal auxiliar, o francês Jérôme Valcke, e as autoridades do país. Desde então, a situação do Mundial no país mudou de forma espantosa. Convencidos de que o fracasso da Copa no Brasil seria um desastre para as duas partes, Joseph Blatter e a presidente Dilma Rousseff costuraram uma aproximação e decidiram tomar as rédeas do processo, através de uma intervenção no Comitê Organizador Local (COL). Nesse intervalo, por coincidência, foi lançado o slogan oficial da Copa, "Juntos num só ritmo". O lema parece ser seguido à risca pelos encarregados de conduzir os preparativos para 2014: nesta semana, Valcke visitou o país ao lado dos representantes do COL e fez uma descrição altamente favorável da situação. Que não se pense, porém, que os problemas estão totalmente superados. A Fifa acredita que a Copa enfim entrou nos trilhos, mas acha que o país ainda cometerá equívocos - e que, no fim, acabará pagando uma conta maior do que se esperava.
Leia também: De volta à Suíça, Valcke diz que Copa está no rumo
Na tarde de quinta-feira, no Rio de Janeiro, o secretário-geral Valcke encerrou sua viagem pelo Brasil pintando um quadro surpreendente para 2014 (pelo menos para quem, poucos meses antes, provocou uma guerra verbal com o infame episódio do "chute no traseiro"). "Os problemas do início já acabaram", decretou o francês, acompanhado de Ronaldo, que o escoltou nas visitas às obras em Manaus e Cuiabá. "Isso significa que atingimos velocidade de cruzeiro e estaremos prontos a tempo. O ritmo em que entramos é o ritmo de que nós precisamos para que os estádios fiquem prontos até o fim de 2013 ou o começo de 2014." Presente na reunião que decidiu pela entrada de Luís Fernandes, secretário-executivo do Ministério do Esporte, no COL, Valcke se disse satisfeito com os efeitos das mudanças na estrutura do comitê - disse que, desde então, "trabalhou-se mais" e "as coisas passaram a funcionar melhor". "Antes, tudo era lento. De repente, talvez pela pressão sentida com a contagem regressiva para o evento, surgiu uma consciência de que as coisas precisavam avançar." Na passagem por Manaus, o francês chegou a reivindicar os méritos pela mudança de cenário: "Houve um momento de forte crise, provocada por mim, mas a vantagem disso é que atingimos um nível de cooperação sem igual", disse. "Hoje, não há nenhuma obra em zona crítica, nenhuma em vermelho", completou ele na passagem pelo Rio.
Na tarde de quinta-feira, no Rio de Janeiro, o secretário-geral Valcke encerrou sua viagem pelo Brasil pintando um quadro surpreendente para 2014 (pelo menos para quem, poucos meses antes, provocou uma guerra verbal com o infame episódio do "chute no traseiro"). "Os problemas do início já acabaram", decretou o francês, acompanhado de Ronaldo, que o escoltou nas visitas às obras em Manaus e Cuiabá. "Isso significa que atingimos velocidade de cruzeiro e estaremos prontos a tempo. O ritmo em que entramos é o ritmo de que nós precisamos para que os estádios fiquem prontos até o fim de 2013 ou o começo de 2014." Presente na reunião que decidiu pela entrada de Luís Fernandes, secretário-executivo do Ministério do Esporte, no COL, Valcke se disse satisfeito com os efeitos das mudanças na estrutura do comitê - disse que, desde então, "trabalhou-se mais" e "as coisas passaram a funcionar melhor". "Antes, tudo era lento. De repente, talvez pela pressão sentida com a contagem regressiva para o evento, surgiu uma consciência de que as coisas precisavam avançar." Na passagem por Manaus, o francês chegou a reivindicar os méritos pela mudança de cenário: "Houve um momento de forte crise, provocada por mim, mas a vantagem disso é que atingimos um nível de cooperação sem igual", disse. "Hoje, não há nenhuma obra em zona crítica, nenhuma em vermelho", completou ele na passagem pelo Rio.
Leia também: Por quer Dilma e Blatter vão salvar a Copa do Mundo
Tudo resolvido, portanto? Na avaliação de Blatter, muito longe disso. Em uma entrevista divulgada na manhã desta sexta, poucas horas depois das declarações de Valcke, o suíço foi muito menos diplomático que seu auxiliar e voltou a falar abertamente sobre as falhas brasileiras - desmentindo, inclusive, a avaliação do secretário-geral sobre o possível efeito benéfico de suas palavras duras contra o país. Falando à agência de notícias France-Presse, Blatter disparou: "Aos brasileiros não falamos mais nada, porque não funciona mesmo". Para o presidente da Fifa, o que provocou o avanço das obras não foi o episódio do "chute no traseiro", mas sim a interferência direta dele e de Dilma. "O que mudou foi a introdução de um integrante do governo no comitê local. Não se pode organizar um Mundial sem representantes do governo para a segurança, as telecomunicações, infraestrutura, estradas, trens, aviões." O cartola se mostrou aliviado ao receber a versão mais recente do relatório técnico sobre 2014. "Já não existem arenas em vermelho, há muito poucas em amarelo e muitas em verde." Mas o presidente da Fifa não escondeu o que pensa sobre a reta final dos preparativos para a Copa: "Os brasileiros enfrentarão problemas internos. As obras serão mais caras do que o previsto, mas serão concluídas". Blatter emendou com uma frase que não deixa dúvidas sobre as dúvidas e desconfianças da própria Fifa sobre a chance de sucesso do Mundial: "Imaginem, uma Copa do Mundo no Brasil!"
Tudo resolvido, portanto? Na avaliação de Blatter, muito longe disso. Em uma entrevista divulgada na manhã desta sexta, poucas horas depois das declarações de Valcke, o suíço foi muito menos diplomático que seu auxiliar e voltou a falar abertamente sobre as falhas brasileiras - desmentindo, inclusive, a avaliação do secretário-geral sobre o possível efeito benéfico de suas palavras duras contra o país. Falando à agência de notícias France-Presse, Blatter disparou: "Aos brasileiros não falamos mais nada, porque não funciona mesmo". Para o presidente da Fifa, o que provocou o avanço das obras não foi o episódio do "chute no traseiro", mas sim a interferência direta dele e de Dilma. "O que mudou foi a introdução de um integrante do governo no comitê local. Não se pode organizar um Mundial sem representantes do governo para a segurança, as telecomunicações, infraestrutura, estradas, trens, aviões." O cartola se mostrou aliviado ao receber a versão mais recente do relatório técnico sobre 2014. "Já não existem arenas em vermelho, há muito poucas em amarelo e muitas em verde." Mas o presidente da Fifa não escondeu o que pensa sobre a reta final dos preparativos para a Copa: "Os brasileiros enfrentarão problemas internos. As obras serão mais caras do que o previsto, mas serão concluídas". Blatter emendou com uma frase que não deixa dúvidas sobre as dúvidas e desconfianças da própria Fifa sobre a chance de sucesso do Mundial: "Imaginem, uma Copa do Mundo no Brasil!"
Leia também: Fifa dá sinal verde e governo entra no comitê de 2014
1,4 bi a mais - A advertência de Blatter sobre os custos maiores que o esperado pode ser comprovada nas próprias sedes visitadas por Jérôme Valcke. O secretário-geral afirmou ter ficado satisfeito com o ritmo dos trabalhos e se disse confiante na entrega das arenas de Manaus e Cuiabá. Quem paga a conta, no entanto, é o contribuinte do país-sede. Na capital do Amazonas, a arena da Copa era uma das mais atrasadas no início do ano. A obra ganhou um reforço de operários e teve seu ritmo acelerado. Em julho, chegou a 46% de sua conclusão. Mas prazo de entrega fixado em 2010 (dezembro de 2012) não será cumprido (a previsão atual é junho de 2013) e o preço do estádio já subiu mais de 35 milhões de reais (de 515 milhões para 550,7 milhões). E isso mesmo depois da intervenção do Tribunal de Contas da União (TCU) - no começo do ano, constatou-se um sobrepreço de 86 milhões de reais no orçamento do estádio, que custaria 618 milhões. O relatório do TCU provocou a suspensão da linha de crédito que financia a maior parte do custo da arena (cerca de 400 milhões de reais). O governo do estado e a empreiteira Andrade Gutierrez só voltaram a receber os repasses federais depois de uma revisão nos contratos. Somadas, Cuiabá e Manaus têm seis grandes obras ligadas à Copa. Quatro delas estão fora do prazo de entrega apresentado pelo governo e pelas cidades-sede em janeiro de 2010. Há dois anos e meio, o custo total dos trabalhos era de 3,18 bilhões de reais. A previsão atual é de um gasto de 4,58 bilhões, ou 1,4 bilhão a mais do que se prometia - tudo conforme Blatter diz na sua entrevista desta sexta.
1,4 bi a mais - A advertência de Blatter sobre os custos maiores que o esperado pode ser comprovada nas próprias sedes visitadas por Jérôme Valcke. O secretário-geral afirmou ter ficado satisfeito com o ritmo dos trabalhos e se disse confiante na entrega das arenas de Manaus e Cuiabá. Quem paga a conta, no entanto, é o contribuinte do país-sede. Na capital do Amazonas, a arena da Copa era uma das mais atrasadas no início do ano. A obra ganhou um reforço de operários e teve seu ritmo acelerado. Em julho, chegou a 46% de sua conclusão. Mas prazo de entrega fixado em 2010 (dezembro de 2012) não será cumprido (a previsão atual é junho de 2013) e o preço do estádio já subiu mais de 35 milhões de reais (de 515 milhões para 550,7 milhões). E isso mesmo depois da intervenção do Tribunal de Contas da União (TCU) - no começo do ano, constatou-se um sobrepreço de 86 milhões de reais no orçamento do estádio, que custaria 618 milhões. O relatório do TCU provocou a suspensão da linha de crédito que financia a maior parte do custo da arena (cerca de 400 milhões de reais). O governo do estado e a empreiteira Andrade Gutierrez só voltaram a receber os repasses federais depois de uma revisão nos contratos. Somadas, Cuiabá e Manaus têm seis grandes obras ligadas à Copa. Quatro delas estão fora do prazo de entrega apresentado pelo governo e pelas cidades-sede em janeiro de 2010. Há dois anos e meio, o custo total dos trabalhos era de 3,18 bilhões de reais. A previsão atual é de um gasto de 4,58 bilhões, ou 1,4 bilhão a mais do que se prometia - tudo conforme Blatter diz na sua entrevista desta sexta.
RECORDE: COPA NO BRASIL JÁ TEM MAIS DE 95 MIL INSCRITOS NO PROGRAMA DE VOLUNTARIADO.
FONTE: http://www.copa2014.gov.br/pt-br/noticia/copa-no-brasil-tem-recorde-de-inscritos-no-programa-de-voluntariado
Tiago Falqueiro - Portal da Copa
Números, que ainda são parciais, foram apresentados durante coletiva de imprensa no Rio de Janeiro, depois de visitas técnicas a Manaus e Cuiabá. Integrantes de 126 países manifestaram interesse em participar dos eventos de 2013 e 2014. Do total, 47% são mulheres.
Gisela Mendonça/ME
Ronaldo, Valcke, Marin, Fernandes e Bebeto na mesa: ações em conjunto
O Conselho Administrativo do Comitê Organizador Local se reuniu nesta quinta-feira (30.08), no Rio de Janeiro, para debater a preparação do país para a Copa das Confederações e a Copa do Mundo FIFA Brasil 2014. Depois do evento, o secretário-executivo e ministro em exercício do Esporte, Luis Fernandes; o secretário-geral da FIFA, Jérôme Valcke; o presidente do COL e da CBF, José Maria Marin, e os ex-jogadores Ronaldo e Bebeto, integrantes do COL, voltaram a destacar a importância do trabalho em conjunto.
“Passamos da fase do planejamento da execução de infraestrutura para uma fase de elaboração dos planos operacionais, e esse planejamento está sendo elaborado em conjunto”, afirmou Luis Fernandes. “Estamos na mais completa harmonia, com o objetivo de mostrar ao mundo que o Brasil tem competência de realizar uma grande Copa do Mundo”, disse José Maria Marín.
Valcke destacou que “a organização está no caminho certo”. “Não há problema crítico. Estamos discutindo questões como telecomunicações, investimentos do governo nesse setor, turismo, que é ponto chave, mas estamos trabalhando juntos para ter certeza de que vamos encontrar soluções”. O secretário-geral ainda reforçou as declarações que deu quando visitou estádios em Manaus e Cuiabá nos últimos dois dias.
“Foi muito interessante e estou impressionado com Cuiabá e em como o governo vai levar a cidade e o estado a outro nível, aproveitando a Copa do Mundo”, afirmou. “Não há nenhuma obra em zona crítica, nenhuma em vermelho. Ainda temos que monitorar Recife para a Copa das Confederações, e faremos uma última vistoria para tomada de decisão”, explicou.
Voluntários
A coletiva de imprensa ainda serviu para que o COL anunciasse uma participação recorde no programa de voluntários. No primeiro dia de inscrições houve 32.968 pedidos. O número, em uma semana, chegou a 89.054. Nesta quinta-feira, bateu em 95.477. O total é superior ao consolidado na Alemanha, em 2006 (48.000), e na África do Sul, em 2010 (70.000). Segundo o COL, as inscrições continuam abertas e uma revisão será feita em 4 de setembro, quando será definido por quanto tempo elas seguirão disponíveis. A ideia é conseguir um número suficiente de candidatos qualificados. Segundo informações divulgadas pelos ex-atletas, há interessados de 126 países. Do total até agora, 47% são mulheres.
A coletiva de imprensa ainda serviu para que o COL anunciasse uma participação recorde no programa de voluntários. No primeiro dia de inscrições houve 32.968 pedidos. O número, em uma semana, chegou a 89.054. Nesta quinta-feira, bateu em 95.477. O total é superior ao consolidado na Alemanha, em 2006 (48.000), e na África do Sul, em 2010 (70.000). Segundo o COL, as inscrições continuam abertas e uma revisão será feita em 4 de setembro, quando será definido por quanto tempo elas seguirão disponíveis. A ideia é conseguir um número suficiente de candidatos qualificados. Segundo informações divulgadas pelos ex-atletas, há interessados de 126 países. Do total até agora, 47% são mulheres.
Ronaldo comentou a importância das visitas aos estádios para disseminar o evento e aumentar o interesse em torno do programa. “Estamos felizes com a participação dos brasileiros no programa de voluntários. Antes da nossa visita, Cuiabá tinha pouco menos de 700 inscritos. Depois, já subiu para pouco mais de 3 mil, somente no Mato Grosso”, disse. “A participação dos voluntários na organização da Copa do Mundo é muito importante”, completou Bebeto
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Esta é a primeira etapa do processo de seleção, que conta ainda com entrevistas e capacitações. Os primeiros treinamentos serão online e têm início em dezembro. Segundo Rodrigo Hermida, diretor de voluntariado do Comitê Organizador Local (COL), o treinamento a distancia é importante para atingir todas as partes do país e para estabelecer uniformidade das ações.
Vistorias
Glauber Queiroz/ ME
Antes, a comitiva passou por Manaus e Cuiabá para vistoriar o andamento das obras nos estádios. Na capital do Amazonas, na última terça-feira (28.08), o secretário-geral reforçou que nenhuma das obras em arenas está no vermelho. “Quando o Brasil foi escolhido para receber a Copa, nos pareceu óbvio que Manaus deveria ser uma das sedes, porque o mundo precisa conhecer a Amazônia e precisa da floresta. Tivemos reunião com o governo e o COL e as obras no estádio estão avançadas. Se continuar nesse ritmo, estarão concluídas a tempo”.
A arena, que terá capacidade para 44 mil torcedores e sediará quatro partidas da primeira fase do Mundial, alcançou 44% de conclusão das obras, de acordo com a construtora responsável. O projeto está orçado em R$ 532,2 milhões, com R$ 400 milhões de financiamento federal. Já em Cuiabá, o destaque foi para a transformação que os projetos relacionados com a Copa farão na cidade.
Foto: Glauber Queiroz/ ME
“Cuiabá está indo além da Matriz de Responsabilidades, aproveitando o que o Mundial representa. Teremos uma Cuiabá pós-Copa totalmente diferente, não só pelo evento, mas pelo que soube investir em infraestrutura e na valorização da cultura local”, afirmou Luis Fernandes. Valcke foi na mesma linha. "É de tirar o chapéu para Cuiabá! Lindo cenário e ótimo projeto", acrescentou. A Arena Pantanal alcançou 47% e a conclusão é prevista para julho de 2013. O investimento é de R$ 518,9 milhões, sendo R$ 285 milhões financiados pelo BNDES.
Na última vez que esteve no Brasil, em junho, Valcke visitou a Arenas das Dunas, em Natal, a Arena de Pernambuco, em Recife, e o Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília. A próxima rodada de inspeções da FIFA está prevista para outubro. Os estádios a serem inspecionados serão o Mineirão, em Belo Horizonte, e o Maracanã, no Rio de Janeiro.
Tiago Falqueiro - Portal da Copa
Com Gabriel Fialho e Carol Delmazo
DEPUTADO FEDERAL APRESENTA PROJETO PARA ANISTIAR DÍVIDA BILIONÁRIA DOS CLUBES BRASILEIROS DE FUTEBOL.
FONTE: http://josecruz.blogosfera.uol.com.br/2012/08/cuidado-dilma-o-calote-vem-ai/
Cuidado, Dilma! O calote vem aí!!!
Cuidado, Dilma! O calote vem aí!!!
É do deputado paulista, Vicente Cândido (PT), a proposta para um dos mais duros golpes no contribuinte honesto.
Com o apoio do Ministério do Esporte, Cândido prepara projeto de lei para anistiar dívida bilionária dos clubes de futebol para com o fisco: INSS, Fundo de Garantia e Imposto de Renda.
A notícia completa está no site do deputado, mas em resumo o projeto prevê perdoar o calote que os clubes de futebol deram aos cofres públicos. Coisa pouca, em torno de R$ 5 bilhões, extraoficialmente.
Apoio
Vicente Cândido já tem o apoio do ministro do Esporte, Aldo Rebelo, que levará o assunto à presidenta Dilma Rousseff para que seja editada medida provisória.
Se ela concordar, o perdão será imediato e o golpe financeiro oficializado.
A história é longa e o último capítulo foi escrito com a edição da Timemania, em 2006, para que os clubes devedores de impostos tivessem seus débitos abatidos através das apostas. Ou seja, transferiram para o apostador o calote ao fisco.
A Timemania foi um fracasso e os clubes, mais uma vez, não honraram o compromisso com o governo federal.
Memória
Antes do surgimento da Timemania, os cartolas já tinham se beneficiado de dois financiamentos das dívidas. Ambos foram para o lixo. Nenhum foi honrado. Veio a Timemania, terceira tentativa, que também fracassou, o calote se repetiu e a dívida cresceu.
Agora, surge a proposta para criar o Proforte (Programa de Fortalecimento dos Esportes Olímpicos), que Aldo Rebelo já debateu com a cartolagem.
“O projeto prevê que o valor da dívida fiscal do clube seja revertido na produção esportiva em modalidades olímpicas de alto rendimento”.
A isso, o ministro Aldo Rebelo chama de “democratização do esporte”.
Decepção
Logo ele, ministro Aldo, que em 2001 presidiu a CPI da CBF Nike e assinou histórico relatório, comprovando falcatruas dos cartolas, como evasão de divisas e sonegação fiscal.
Pois é o mesmo deputado, Aldo Rebelo, que prometeu moralizar a gestão do futebol, que agora se dobra às exigências dessa podridão que há anos domina o futebol brasileiro.
Relatório da ONU identificou o futebol como a maior lavanderia de dinheiro do mundo. E o Brasil está no ranking dessa ladroagem internacional.
Está claro que jamais vão cumprir a proposta de colocar seus clubes ao dispor para formar atleta olímpico. Além da falta de espaço e de estrutura, em geral, faltam profissionais nessas agremiações.
Esperteza
Deputado federal, Aldo Rebelo está de olho na próxima eleição, pois na anterior já se elegeu pelas tabelas. Precisa de apoios. Para isso, junta-se aos que fiscalizou e identificou falcatruas contra os interesses do Estado.
A presidenta Dilma Rousseff, que tem demonstrado interesse para recuperar as dívidas do país, combater as falcatruas e evitar o desperdício de dinheiro não pode se curvar a esta esdrúxula proposta de espertos.
É vergonhoso que o ministro Aldo, que conhece muito bem essa turma, leve tal proposta à consideração presidencial.
Isso não é digno de sua história e de seu discurso político. Mas se mudou, está aí mais uma grande decepção para a tristeza de muitos.
Extremos
Como o governo poderá se dirigir ao contribuinte em geral ou aos empresários, submetidos a pesadíssima carga fiscal, e exigir que paguem seus impostos, se no outro extremo o mesmo governo reconhece e oficializa o calote dos cartolas do futebol?
Com a palavra a Presidenta Dilma.
Mas se também se dobrar à força do futebol, estará perdida, seu governo desmoralizado e nós sem qualquer esperança de justiça social, que ela tanto discursa.
SALVADOR SEDIA SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE TECNOLOGIA PARA MEGAEVENTOS.
FONTE: http://www.copa2014.gov.br/pt-br/noticia/salvador-sedia-seminario-internacional-de-tecnologia-para-megaeventos
Nos dias 10 e 11 de setembro serão apresentadas experiências internacionais em gestão de espetáculos.
A secretaria estadual para a Copa da Bahia (Secopa), em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), realizará o Seminário Internacional de Tecnologias para Megaeventos, nos dias 10 e 11 de setembro, no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM), em Salvador.
O evento vai apresentar experiências de tecnologia e gestão de espetáculos, principalmente serviços que já são utilizados internacionalmente em grandes projetos esportivos. Tecnologia de informação em arenas esportivas, efeitos pirotécnicos, de som, vídeo, iluminação e instalações temporárias são alguns exemplos.A expectativa é de que a exposição e o debate sirvam de referência na preparação da Copa das Confederações de 2013 e do Mundial de 2014.
Estima-se um público de 250 pessoas, entre empresários e profissionais ligados ao planejamento, produção e realização de megaeventos esportivos. São esperados representantes das 12 sedes da Copa 2014.
O seminário será transmitido ao vivo, através do site da Secopa, e o link será divulgado em breve. As inscrições são gratuitas e o cadastramento pode ser feito através do e-mail credenciamento.tecnologia@secopa.ba.gov.br. Outras informações: (71) 3103-1500
VALCKE DIZ QUE OBRAS DA ARENA DE PERNAMBUCO PRECISAM SER MONITORADAS.
FONTE: http://www.portal2014.org.br/noticias/10629/VALCKE+DIZ+QUE+OBRAS+DA+ARENA+PERNAMBUCO+PRECISAM+SER+MONITORADAS.html
Secretário-geral da Fifa lembrou que a presença na Copa das Confederações será definida em outubro.
Valcke quer garantias de que Arena Pernambuco cumprirá prazo (crédito: Fifa)
Dois dias depois de afirmar que não vê atrasos nos estádios da Copa, o secretário-geral da Fifa, Jerome Valcke, disse nesta quinta-feira (30) que as obras da Arena Pernambuco precisam ser monitoradas. O dirigente lembrou também que a presença do estádio na Copa das Confederações será definida em outubro.
Segundo Valcke, existem prazos que precisam ser cumpridos. "Vamos iniciar a venda de ingressos neste ano e precisamos ter certeza se o estádio estará pronto", disse à reportagem do Portal "Uol".
Segundo Valcke, existem prazos que precisam ser cumpridos. "Vamos iniciar a venda de ingressos neste ano e precisamos ter certeza se o estádio estará pronto", disse à reportagem do Portal "Uol".
O presidente da CBF, José Maria Marin, no entanto, não mostrou a mesma preocupação. "Estamos acompanhando Recife atentamente. Contato permanente com Eduardo Campos (governador). Triplicaram os funcionários. Não tenho dúvidas de que cumprirão os prazos. Não me preocupa. No momento certo, todas as obras estarão concluídas", disse.
No dia 1º de dezembro, em São Paulo, ocorrerá o sorteio da Copa das Confederações. Em maio deste ano, a Fifa divulgou a tabela do torneio e inclui seis cidades-sede: Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Recife, Rio de Janeiro e Salvador.
O secretário-geral da Fifa, no entanto, mostrou otimisto em relação às obras da Copa. "Não há um único estádio marcado em vermelho. Nenhum estádio está na zona crítica", afirmou.
Neste ano, o dirigente já esteve em sete canteiro de obras: Fortaleza e Salvador, em janeiro, e Natal, Recife e Brasília, em junho, e Cuiabá e Manaus, nesta semana. Em outubro, Valcke visitará o Maracanã e o Mineirão. No mês seguinte, será a vez de Curitiba, Porto Alegre e São Paulo.
Ritmo
A construção da Arena Pernambuco começou há 21 meses e atingiu 52% no mês passado. A seis meses do prazo de conclusão, os trabalham precisam avançar 48%. Em 30 dias, a obra avançou apenas 3%. O governo pernambucano previoa que os trabalhos estivessem 54,97% concluídos. A obra segue um plano de aceleração, com quatro mil operários.
O secretário-geral da Fifa, no entanto, mostrou otimisto em relação às obras da Copa. "Não há um único estádio marcado em vermelho. Nenhum estádio está na zona crítica", afirmou.
Neste ano, o dirigente já esteve em sete canteiro de obras: Fortaleza e Salvador, em janeiro, e Natal, Recife e Brasília, em junho, e Cuiabá e Manaus, nesta semana. Em outubro, Valcke visitará o Maracanã e o Mineirão. No mês seguinte, será a vez de Curitiba, Porto Alegre e São Paulo.
Ritmo
A construção da Arena Pernambuco começou há 21 meses e atingiu 52% no mês passado. A seis meses do prazo de conclusão, os trabalham precisam avançar 48%. Em 30 dias, a obra avançou apenas 3%. O governo pernambucano previoa que os trabalhos estivessem 54,97% concluídos. A obra segue um plano de aceleração, com quatro mil operários.
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
COPA: AMEAÇA TERRORISTA DEVE SER "SERIAMENTE CONSIDERADA".
FONTE: http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/ameaca-terrorista-na-copa-deve-ser-seriamente-considerada?utm_source=redesabril_veja&utm_medium=twitter&utm_campaign=redesabril_veja&utm_content=feed&
Documento divulgado nesta quinta-feira pelo Ministério da Justiça trata dos principais riscos durante o torneio esportivo no Brasil em 2014.
Gabriel Castro
A atriz Fernanda Lima exibe logo da Copa 2014 (Valterci Santos/Gazeta do Povo/A)
O plano estratégico de segurança elaborado pelo governo para a Copa do Mundo de 2014 trata a possibilidade de um ataque terrorista como o "pior cenário" durante a realização do evento terrorista e afirma que o risco de um ataque deve ser levado a sério. O documento, publicado nesta quinta-feira pelo "Diário Oficial", especifica ameaças e ações de área de segurança para o torneio esportivo.
O estudo foi preparado pela Secretaria Especial de Segurança de Grandes Eventos (SE-SGE), vinculada ao Ministério da Justiça. A estratégia é dividida em três eixos, de acordo com os principais focos de atenção: as ameaças externas, as ameaças internas e a proteção de portos, aeroportos e fronteiras.
Terrorismo - Entre os principais desafios, o combate ao terrorismo é citado com destaque: "O pior cenário para a Copa do Mundo é a ocorrência de um atentado terrorista. Tal modalidade de risco deve ser seriamente considerada, já que uma de suas características é a visibilidade procurada pelos grupos extremistas", diz o documento.
Outros pontos sensíveis citados no plano são as brigas de torcidas, a exploração sexual de menores, os ataques do crimes organizado e a ocorrência de desastres naturais. Além disso, o texto prevê uma melhoria nas ações de inteligência e a realização de treinamentos envolvendo as polícias das 12 unidades da federação que vão receber jogos da Copa do Mundo.
O plano afirma que os bancos de dados da Interpol serão compartilhados com todas as autoridades de segurança pública, o que deve facilitar o combate à presença de criminosos estrangeiros no país: "Esses bancos de dados serão eficazes ferramenta nos pontos de controle migratório, que poderão aperfeiçoar e aumentar a abrangência de suas ações fiscalizatórias", diz o estudo.
Já o combate ao crime organizado será focado no enfrentamento do tráfico de drogas, armas e pessoas. As dificuldades de fiscalização dos 15,7 quilômetros de fronteiras do país também são mencionadas com destaque no documento. Mas, de acordo com o estudo, não haverá grandes mudanças na estrutura da segurança pública para o torneio esportivo: "A SES-GE não ambiciona elaborar ou financiar projetos com dimensionamentos exagerados dos quais decorram gastos públicos exorbitantes. O objetivo é utilizar os programas já existentes, permitindo que as instituições de segurança sública possam ser beneficiadas com a assimilação de modernos conceitos, tecnologias e metodologias que possam ser aplicadas antes, durante e depois dos grandes eventos".
GOVERNO DIVULGA PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DE SEGURANÇA PARA A COPA.
FONTE: http://www.portal2014.org.br/noticias/10622/GOVERNO+DIVULGA+PLANEJAMENTO+ESTRATEGICO+DE+SEGURANCA+PARA+A+COPA.html
Plano vai ter três focos: ameaças externas, proteção de portos, aeroportos e fronteiras.
Aeroportos brasileiros: um dos focos do plano de segurança do governo (crédito: Diego Salgado/Portal 2014)
O governo publicou hoje (30), no Diário Oficial da União, os detalhes do planejamento estratégico de segurança para a Copa do Mundo de 2014. A segurança vai ser fixada em três focos: ameaças externas, proteção de portos, aeroportos e fronteiras. As responsabilidades serão compartilhadas entre os governos federal, estaduais e municipais, inclusive as despesas financeiras. Mas a Polícia Federal contará também com a ajuda da Interpol, organização policial internacional.
A coordenação é da Secretaria Extraordinária para a Segurança de Grandes Eventos. O planejamento envolve não só as 12 cidades-sede da Copa – Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Manaus (AM), Natal (RN), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP) e Salvador (BA) -, mas também as localidades vizinhas.
“Os três níveis de governo estarão trabalhando em estreita cooperação para integrar as instituições envolvidas e criar condições favoráveis para a implementação das ações de prevenção de riscos”, diz o texto. “O Estado brasileiro precisa munir-se de meios necessários para fazer frente a esse enorme desafio, prestando à sociedade um serviço de segurança pautado pela eficiência, balizada por padrões internacionais.”
Os detalhes do planejamento estão definido nas portarias 94 e 95, publicadas na Seção1, do Diário Oficial da União, nas páginas 45 a 49. O texto completo pode ser encontrado no endereço http://www.in.gov.br/visualiza/index.jsp?data=30/08/2012&jornal=1&pagina=45&totalArquivos=120.
Nas portarias, a orientação é integrar as ações, a exemplo do ocorrido em eventos como o carnaval, réveillon, Rock in Rio, Festival de Verão, Fifa Fan Fest, além dos Jogos Pan-Americanos e Parapan-Americanos Rio 2007. Paralelamente, o planejamento informa que a Polícia Federal atuará em parceria com a Interpol, que é uma organização policial internacional que atua em cooperação com as forças locais, quando acionada.
O texto alerta que na área de segurança estratégica é fundamental observar os espaços aéreo, terrestre e marítimo, além do conteúdo cibernético. As Forças Armadas serão acionadas para essas atividades. A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) vai coordenar o monitoramento das rotinas das cidades.
Porém, as preocupações com a Copa do Mundo de 2014 se voltam principalmente para a ocorrência de surpresas envolvendo o crime organizado, as torcidas violentas do Brasil e do exterior, além da exploração sexual de crianças e adolescentes, assim como ameaças terroristas e insegurança nas regiões de fronteira. O Brasil tem fronteira com dez países, em mais de 15 mil quilômetros.
As portarias destacam que é fundamental planejar a Copa do Mundo pensando que deixará um legado para o país. Segundo o governo, a principal contribuição do evento será a integração entre as várias esferas do Poder Público. O esforço, diz o texto, é para reduzir, por exemplo, os índices de criminalidade.
“Assim, torna-se indiscutível a necessidade de que todo o planejamento tenha foco no legado a ser deixado para a área de segurança pública”, acrescenta o texto. “A experiência adquirida durante o processo, bem como a estrutura montada, ficará como legado para a política permanente de segurança pública.”
A coordenação é da Secretaria Extraordinária para a Segurança de Grandes Eventos. O planejamento envolve não só as 12 cidades-sede da Copa – Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Manaus (AM), Natal (RN), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP) e Salvador (BA) -, mas também as localidades vizinhas.
“Os três níveis de governo estarão trabalhando em estreita cooperação para integrar as instituições envolvidas e criar condições favoráveis para a implementação das ações de prevenção de riscos”, diz o texto. “O Estado brasileiro precisa munir-se de meios necessários para fazer frente a esse enorme desafio, prestando à sociedade um serviço de segurança pautado pela eficiência, balizada por padrões internacionais.”
Os detalhes do planejamento estão definido nas portarias 94 e 95, publicadas na Seção1, do Diário Oficial da União, nas páginas 45 a 49. O texto completo pode ser encontrado no endereço http://www.in.gov.br/visualiza/index.jsp?data=30/08/2012&jornal=1&pagina=45&totalArquivos=120.
Nas portarias, a orientação é integrar as ações, a exemplo do ocorrido em eventos como o carnaval, réveillon, Rock in Rio, Festival de Verão, Fifa Fan Fest, além dos Jogos Pan-Americanos e Parapan-Americanos Rio 2007. Paralelamente, o planejamento informa que a Polícia Federal atuará em parceria com a Interpol, que é uma organização policial internacional que atua em cooperação com as forças locais, quando acionada.
O texto alerta que na área de segurança estratégica é fundamental observar os espaços aéreo, terrestre e marítimo, além do conteúdo cibernético. As Forças Armadas serão acionadas para essas atividades. A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) vai coordenar o monitoramento das rotinas das cidades.
Porém, as preocupações com a Copa do Mundo de 2014 se voltam principalmente para a ocorrência de surpresas envolvendo o crime organizado, as torcidas violentas do Brasil e do exterior, além da exploração sexual de crianças e adolescentes, assim como ameaças terroristas e insegurança nas regiões de fronteira. O Brasil tem fronteira com dez países, em mais de 15 mil quilômetros.
As portarias destacam que é fundamental planejar a Copa do Mundo pensando que deixará um legado para o país. Segundo o governo, a principal contribuição do evento será a integração entre as várias esferas do Poder Público. O esforço, diz o texto, é para reduzir, por exemplo, os índices de criminalidade.
“Assim, torna-se indiscutível a necessidade de que todo o planejamento tenha foco no legado a ser deixado para a área de segurança pública”, acrescenta o texto. “A experiência adquirida durante o processo, bem como a estrutura montada, ficará como legado para a política permanente de segurança pública.”
MILITARES ESTÃO PRONTOS PARA A COPA, AFIRMA MINISTRO DA DEFESA "CELSO AMORIM".
FONTE: http://www.ihu.unisinos.br/noticias/512827-militares-estao-prontos-para-copa-afirma-amorim
Cauteloso e escolhendo com cuidado as palavras, o ministro da Defesa, Celso Amorim, indicou ontem que o órgão se prepara para assumir o comando da segurança nos grandes eventos previstos para o Brasil entre 2013 e 2016, como a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016. A medida colocaria em papel secundário a Polícia Federal, cujos agentes atualmente participam das greves por aumento salarial e reestruturação da carreira.
Amorim afirmou que caberá à presidente Dilma Rousseff determinar qual será o papel das Forças Armadas nesse caso, mas ressaltou que os militares estarão prontos, se forem chamados, para cumprir a missão.
A reportagem é de Wilson Tosta e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 25-08-2012.
"Não estamos reivindicando nada. Agora, se for necessário, naturalmente estaremos (prontos). Alguma função seguramente haverá", afirmou Amorim, após participar de evento na sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).
O ministro destacou que quem fará o controle do espaço aéreo durante os eventos será a Força Aérea Brasileira e lembrou que, durante a Rio+20, navios da Marinha patrulharam o litoral. Também na defesa cibernética, declarou, poderá haver ajuda da área militar.
"Agora, qual papel exatamente, vamos ter é a presidenta que vai decidir", ponderou Amorim.
O ministro ressaltou que as Forças Armadas também têm como atributo atuar na área de segurança pública, de forma "supletiva". "A Constituição prevê que (segurança pública) é primordialmente tarefa dos Estados. Mas evidentemente quando há um envolvimento, o poder público federal também pode ser acionado. Como de fato foi por exemplo no caso da Rio+20. O que vai acontecer exatamente nos eventos futuros eu não sei, porque a presidenta é quem vai decidir. E as Forças Armadas desempenharão o papel que for pedido a elas desempenhar."
Amorim afirmou que caberá à presidente Dilma Rousseff determinar qual será o papel das Forças Armadas nesse caso, mas ressaltou que os militares estarão prontos, se forem chamados, para cumprir a missão.
A reportagem é de Wilson Tosta e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 25-08-2012.
"Não estamos reivindicando nada. Agora, se for necessário, naturalmente estaremos (prontos). Alguma função seguramente haverá", afirmou Amorim, após participar de evento na sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).
O ministro destacou que quem fará o controle do espaço aéreo durante os eventos será a Força Aérea Brasileira e lembrou que, durante a Rio+20, navios da Marinha patrulharam o litoral. Também na defesa cibernética, declarou, poderá haver ajuda da área militar.
"Agora, qual papel exatamente, vamos ter é a presidenta que vai decidir", ponderou Amorim.
O ministro ressaltou que as Forças Armadas também têm como atributo atuar na área de segurança pública, de forma "supletiva". "A Constituição prevê que (segurança pública) é primordialmente tarefa dos Estados. Mas evidentemente quando há um envolvimento, o poder público federal também pode ser acionado. Como de fato foi por exemplo no caso da Rio+20. O que vai acontecer exatamente nos eventos futuros eu não sei, porque a presidenta é quem vai decidir. E as Forças Armadas desempenharão o papel que for pedido a elas desempenhar."
VALCKE "TIRA O CHAPÉU" PARA CUIABÁ E ELOGIA PROJETO DA COPA NA CIDADE.
FONTE: http://www.portal2014.org.br/noticias/10620/VALCKE+TIRA+O+CHAPEU+PARA+CUIABA+E+ELOGIA+PROJETO+DA+COPA+NA+CIDADE.html
Secretário-geral da Fifa diz que cidade vai impressionar o mundo em 2014.
Valcke, ao centro, ficou impressionado com as obras em Cuiabá (crédito: Ministério do Esporte)
As obras da Arena Pantanal, agora com 47% de conclusão para a Copa, impressionaram o secretário-geral da Fifa, Jerome Valcke. Um dia depois de visitar a Arena da Amazônia, em Manaus, o dirigente da Fifa elogiou o andamento das obras do estádio de Cuiabá, em vistoria realizada nesta quarta-feira (29).
"É incrível a quantidade de projetos que vão transformar a cidade e o estádio depois da Copa", disse. "No fundo, a Copa é isso: é organizar o evento e mudar o rosto de uma cidade. Cuiabá vai impressionar o mundo em 2014.” Horas depois, no Twitter da Fifa, Valcke acrescentou: "É de tirar o chapéu para Cuiabá! Lindo cenário e ótimo projeto".
Outro que não poupou elogios ao estádio da Copa em Cuiabá foi o secretário-executivo do Ministério do Esporte e membro do conselho de administração do Comitê Organizador Local (COL), Luís Fernandes. Para ele, “Cuiabá está indo além da Matriz de Responsabilidades, aproveitando o que o Mundial representa."
Fernandes, no entanto, não comentou as obras do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), que ainda enfrentam problemas no Ministério Público Estadual e Federal.
Acompanharam a visita o secretário da Copa no estado, Maurício Guimarães, e o governador de Mato Grosso, Silval Barbosa.
Voluntários
Depois de Manaus, que vem tendo pouca adesão de voluntários cadastrados para a Copa, a situação de Cuiabá também preocupa o COL. De acordo com o ex-jogador Ronaldo, membro da Comitê Organizador e que esteve na vistoria da Arena Pantanal nesta quarta, o estado de Mato Grosso está no "último lugar em número de inscrições"
Depois de Manaus, que vem tendo pouca adesão de voluntários cadastrados para a Copa, a situação de Cuiabá também preocupa o COL. De acordo com o ex-jogador Ronaldo, membro da Comitê Organizador e que esteve na vistoria da Arena Pantanal nesta quarta, o estado de Mato Grosso está no "último lugar em número de inscrições"
"Aproveito a oportunidade de estar aqui para fazer o convite a toda população para se inscrever no programa, que é muito importante", declarou. Serão 7 mil colaboradores para a Copa das Confederações e outros 15 mil para o Mundial de 2014.
Com mais de 75 mil inscritos até aqui, o programa de voluntários da Copa deverá encerrar o período de admissões nos próximos dias.
ENTREVISTA COM RELATORA DA ONU: REMOÇÕES FORÇADAS EM TEMPOS DE NOVO CICLO ECONÔMICO.
FONTE: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=20790
A política habitacional atual é concebida como elemento de dinamização econômica para enfrentar uma possível crise e gerar empregos, sem qualquer articulação com uma política de ordenamento territorial e fundiária que lhe dê suporte, especialmente no que se refere à disponibilização de terra urbanizada para produção de moradia popular. Por outro lado, grandes projetos em curso abrem frentes de expansão imobiliária e atração de investimentos, flexibilizando e excepcionalizando normas e leis. O artigo é de Raquel Rolnik.
Raquel Rolnik (*)
Na última metade do século 20, um intenso processo social de construção de uma cultura de direitos ocorreu no Brasil. A luta pelo direito à cidade – e pelo direito à moradia, um de seus componentes centrais – emergiu como contraposição a um modelo de urbanização excludente, que ao longo de décadas de urbanização acelerada absorveu, em poucas e grandes cidades, grandes contingentes de pessoas pobres, sem jamais integrá-las efetivamente às cidades.
No final dos anos 1970, consolidaram-se as bases de um movimento pela Reforma Urbana, coalizão integrada por moradores de assentamentos informais, periferias e favelas das cidades, mas também por setores das classes médias urbanas que naquele momento também reconstruíam suas organizações sindicais. Essa coalizão constituiu uma base política que conseguiu eleger, ao longo da década de 1980, prefeituras comprometidas com um modelo redistributivista e de ampliação da cidadania que incluía a melhoria de serviços públicos, investimentos em favelas e periferias, e apoio a cooperativas e programas de geração de renda, entre outras formas de enfrentamento da crise econômica e da reestruturação produtiva que atingiam os grandes centros industriais e portuários do país.
Dessa época datam as primeiras experiências municipais relevantes de inserção e reconhecimento das favelas no âmbito do planejamento urbano e da legislação urbanística nas cidades brasileiras, como é caso do Recife e de Belo Horizonte. Essas experiências inovaram não por investir nas favelas – o que já vinha sendo feito de forma pontual em várias cidades do país –, mas por identificar e demarcar essas áreas no zoneamento da cidade como Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS), reconhecendo sua existência e estabelecendo compromissos na direção de sua regularização e incorporação definitiva à cidade.
A introdução de ZEIS nos zoneamentos das cidades, as políticas de regularização e urbanização de favelas, e a promulgação de legislações específicas contendo instrumentos de regularização e de reconhecimento dos direitos de posse de moradores de assentamentos informais se generalizaram no país, principalmente a partir de sua incorporação no Estatuto da Cidade, em 2001. Embora, aparentemente, isso pudesse significar que a partir daí as cidades brasileiras caminhariam nessa direção, a luta cotidiana dos assentamentos informais e ocupações no país para resistir às remoções forçadas e se integrar definitivamente à cidade é bem mais complexa e contraditória.
Hoje as cidades brasileiras vivem um cenário que não pode ser mais definido e compreendido no interior dos paradigmas que marcaram o crescimento urbano dos anos 1960-1980. O novo ciclo econômico por que passa o país, embora carregue a inércia do velho modelo de desenvolvimento urbano patrimonialista e excludente e reproduza práticas políticas presentes no período do “milagre brasileiro”, ocorre sob a égide de uma nova política econômica, sustentada por uma nova coalizão política.
Do ponto de vista do impacto nas cidades, pelo menos dois elementos marcam a constituição de um novo cenário: a integração dos trabalhadores no mercado de consumo (inclusive da mercadoria “casa”) e a inserção da acumulação urbana brasileira nos circuitos financeiros globais.
Do ponto de vista político, os mesmos partidos que, como oposição ao regime militar, lideraram experimentações locais de gestão democrática em governos populares, nas décadas de 1980 e 1990, compõem hoje uma coalizão em âmbito federal, com lideranças que emergiram do movimento sindical, exercendo uma nova hegemonia no establishment político e influenciando enormemente a agenda do desenvolvimento. O modelo de “integração pelo consumo” e crescimento com geração de empregos e melhoria das condições salariais definiu a priorização do uso de recursos públicos para promover grandes projetos de infraestrutura produtiva, com enorme impacto sobre o território do país, sem fortalecer espaços de planejamento e ordenamento territorial nem construir um sistema de gestão do território federativo, que levassem em consideração as fragilidades e potências dos processos locais.
A política habitacional atual é concebida como elemento de dinamização econômica para enfrentar uma possível crise e gerar empregos, sem qualquer articulação com uma política de ordenamento territorial e fundiária que lhe dê suporte, especialmente no que se refere à disponibilização de terra urbanizada para produção de moradia popular.
Por outro lado, grandes projetos em curso – entre operações urbanas e obras de preparação das cidades para a Copa do Mundo e as Olimpíadas – abrem frentes de expansão imobiliária e atração de investimentos, flexibilizando e excepcionalizando normas e leis. Os megaeventos marcam, simbólica e concretamente, a entrada das cidades do país no circuito dos territórios globais.
A liberação de terra bem localizada para empreendimentos e grandes negócios tem levado a um aumento exponencial de remoções forçadas de assentamentos populares, muitos com décadas de existência, e – pasmem! – vários já regularizados e titulados de acordo com os instrumentos legais. As conquistas no campo do direito à posse da terra desses assentamentos são ignoradas e tratadas de maneira ambígua e discricionária. Ou seja, espoliam-se os ativos dos mais pobres, sem reconhecer seus direitos, porque é mais barato. Mas também porque, dessa forma, limpa-se a imagem da cidade a ser vendida nos stands globais: sem assentamentos populares à vista.
Exatamente quando recursos públicos vultosos estão disponíveis para investimentos na urbanização das favelas do país – com o PAC das favelas –, o que se observa é a desconstituição dos processos e fóruns participativos, uma geografia seletiva de favelas a serem urbanizadas e processos massivos de remoção em decorrência da implementação de projetos e obras, muitas vezes com uso da violência. Mais grave ainda é o generalizado não reconhecimento, por parte das autoridades municipais, da regularização fundiária como um “direito” dos moradores, tratando o tema como “questão social” e, portanto, dependente da discricionariedade e, na maior parte dos casos, do não equacionamento desse direito através da implementação de alternativas sustentáveis à remoção.
Não se pode negar a importância do crescimento econômico, da geração de empregos, da valorização do salário, mas, se não houver uma política de enfrentamento da lógica corporativa e patrimonialista de gestão das cidades e um fortalecimento da regulação pública sobre o território, é muito provável que esses ganhos se tornem perdas no futuro. E mais: o caminho da desconstituição de direitos pode ser perigoso; podemos saber hoje onde começa – sobre os mais vulneráveis –, mas é difícil prever onde termina.
(*) Urbanista, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo e relatora especial da Organização das Nações Unidas para o direito à moradia adequada.
No final dos anos 1970, consolidaram-se as bases de um movimento pela Reforma Urbana, coalizão integrada por moradores de assentamentos informais, periferias e favelas das cidades, mas também por setores das classes médias urbanas que naquele momento também reconstruíam suas organizações sindicais. Essa coalizão constituiu uma base política que conseguiu eleger, ao longo da década de 1980, prefeituras comprometidas com um modelo redistributivista e de ampliação da cidadania que incluía a melhoria de serviços públicos, investimentos em favelas e periferias, e apoio a cooperativas e programas de geração de renda, entre outras formas de enfrentamento da crise econômica e da reestruturação produtiva que atingiam os grandes centros industriais e portuários do país.
Dessa época datam as primeiras experiências municipais relevantes de inserção e reconhecimento das favelas no âmbito do planejamento urbano e da legislação urbanística nas cidades brasileiras, como é caso do Recife e de Belo Horizonte. Essas experiências inovaram não por investir nas favelas – o que já vinha sendo feito de forma pontual em várias cidades do país –, mas por identificar e demarcar essas áreas no zoneamento da cidade como Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS), reconhecendo sua existência e estabelecendo compromissos na direção de sua regularização e incorporação definitiva à cidade.
A introdução de ZEIS nos zoneamentos das cidades, as políticas de regularização e urbanização de favelas, e a promulgação de legislações específicas contendo instrumentos de regularização e de reconhecimento dos direitos de posse de moradores de assentamentos informais se generalizaram no país, principalmente a partir de sua incorporação no Estatuto da Cidade, em 2001. Embora, aparentemente, isso pudesse significar que a partir daí as cidades brasileiras caminhariam nessa direção, a luta cotidiana dos assentamentos informais e ocupações no país para resistir às remoções forçadas e se integrar definitivamente à cidade é bem mais complexa e contraditória.
Hoje as cidades brasileiras vivem um cenário que não pode ser mais definido e compreendido no interior dos paradigmas que marcaram o crescimento urbano dos anos 1960-1980. O novo ciclo econômico por que passa o país, embora carregue a inércia do velho modelo de desenvolvimento urbano patrimonialista e excludente e reproduza práticas políticas presentes no período do “milagre brasileiro”, ocorre sob a égide de uma nova política econômica, sustentada por uma nova coalizão política.
Do ponto de vista do impacto nas cidades, pelo menos dois elementos marcam a constituição de um novo cenário: a integração dos trabalhadores no mercado de consumo (inclusive da mercadoria “casa”) e a inserção da acumulação urbana brasileira nos circuitos financeiros globais.
Do ponto de vista político, os mesmos partidos que, como oposição ao regime militar, lideraram experimentações locais de gestão democrática em governos populares, nas décadas de 1980 e 1990, compõem hoje uma coalizão em âmbito federal, com lideranças que emergiram do movimento sindical, exercendo uma nova hegemonia no establishment político e influenciando enormemente a agenda do desenvolvimento. O modelo de “integração pelo consumo” e crescimento com geração de empregos e melhoria das condições salariais definiu a priorização do uso de recursos públicos para promover grandes projetos de infraestrutura produtiva, com enorme impacto sobre o território do país, sem fortalecer espaços de planejamento e ordenamento territorial nem construir um sistema de gestão do território federativo, que levassem em consideração as fragilidades e potências dos processos locais.
A política habitacional atual é concebida como elemento de dinamização econômica para enfrentar uma possível crise e gerar empregos, sem qualquer articulação com uma política de ordenamento territorial e fundiária que lhe dê suporte, especialmente no que se refere à disponibilização de terra urbanizada para produção de moradia popular.
Por outro lado, grandes projetos em curso – entre operações urbanas e obras de preparação das cidades para a Copa do Mundo e as Olimpíadas – abrem frentes de expansão imobiliária e atração de investimentos, flexibilizando e excepcionalizando normas e leis. Os megaeventos marcam, simbólica e concretamente, a entrada das cidades do país no circuito dos territórios globais.
A liberação de terra bem localizada para empreendimentos e grandes negócios tem levado a um aumento exponencial de remoções forçadas de assentamentos populares, muitos com décadas de existência, e – pasmem! – vários já regularizados e titulados de acordo com os instrumentos legais. As conquistas no campo do direito à posse da terra desses assentamentos são ignoradas e tratadas de maneira ambígua e discricionária. Ou seja, espoliam-se os ativos dos mais pobres, sem reconhecer seus direitos, porque é mais barato. Mas também porque, dessa forma, limpa-se a imagem da cidade a ser vendida nos stands globais: sem assentamentos populares à vista.
Exatamente quando recursos públicos vultosos estão disponíveis para investimentos na urbanização das favelas do país – com o PAC das favelas –, o que se observa é a desconstituição dos processos e fóruns participativos, uma geografia seletiva de favelas a serem urbanizadas e processos massivos de remoção em decorrência da implementação de projetos e obras, muitas vezes com uso da violência. Mais grave ainda é o generalizado não reconhecimento, por parte das autoridades municipais, da regularização fundiária como um “direito” dos moradores, tratando o tema como “questão social” e, portanto, dependente da discricionariedade e, na maior parte dos casos, do não equacionamento desse direito através da implementação de alternativas sustentáveis à remoção.
Não se pode negar a importância do crescimento econômico, da geração de empregos, da valorização do salário, mas, se não houver uma política de enfrentamento da lógica corporativa e patrimonialista de gestão das cidades e um fortalecimento da regulação pública sobre o território, é muito provável que esses ganhos se tornem perdas no futuro. E mais: o caminho da desconstituição de direitos pode ser perigoso; podemos saber hoje onde começa – sobre os mais vulneráveis –, mas é difícil prever onde termina.
(*) Urbanista, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo e relatora especial da Organização das Nações Unidas para o direito à moradia adequada.
GOVERNADOR DE SÃO PAULO DECIDE NÃO PUBLICAR OS GASTOS DO ESTADO COM A COPA DE 2014.
FONTE: http://copadomundo.uol.com.br/noticias/redacao/2012/08/11/alckmin-veta-artigo-de-lei-orcamentaria-que-obrigava-estado-a-publicar-gastos-com-a-copa.htm
Alckmin veta artigo de lei orçamentária que obrigava Estado a publicar gastos com a Copa
Governador vetou artigo que exigia a apresentação de relatórios quadrimestrais sobre gastos com a Copa
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, vetou no início da semana um artigo da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para o exercício de 2013, aprovada no final de junho na Assembleia Legislativa, que garantiria maior transparência em relação aos gastos do governo do Estado em obras e ações visando preparar São Paulo para a Copa do Mundo de 2014.
Trata-se do artigo 43, que determinava que o Poder Executivo deveria apresentar, quadrimestralmente, relatórios de investimentos fiscais em obras que diretamente se relacionem com ações de apoio à realização da Copa do Mundo FIFA 2014.
Agora, os deputados da Comissão de Finanças e Orçamento da Assembleia Legislativa estão cobrando uma explicação do governo para o veto, já que a inclusão do artigo 43 na lei havia sido previamente acordada entre os parlamentares e o secretário do Planejamento e Desenvolvimento Regional, Júlio Semeghini.
A deputada Regina Gonçalves (PV), relatora da LDO e membro da base do governo, disse estar desapontada com os vetos do Executivo, por recaírem em pontos amplamente discutidos.
Os deputados da comissão de finanças decidiram convidar o secretário para uma audiência na Assembleia, pois querem saber o motivo do veto do governador à proposta. Semeghini deverá comparecer à casa legislativa na semana que vem.
Entre os gastos do governo estadual com a Copa do Mundo está a construção de uma arquibancada móvel para ser utilizada no Itaquerão, estádio do Corinthians sendo construído na Zona Leste de São Paulo. De acordo com a Odebrecht, empreiteira que constrói a arena, o custo será de R$ 70 milhões. Já o governo estadual afirma que ainda não sabe quanto vai gastar com a estrutura.
Além disso, os dirigentes do Corinthians afirmam que o Estado de São Paulo vai pagar também por estruturas no Itaquerão que são exigências da Fifa para o estádio da abertura da Copa, tais como camarotes blindados e centro de imprensa para milhares de jornalistas. O custo dessas estruturas é avaliado em torno de R$ 50 milhões. O governo diz que não vai pagar, embora já tenha dito que não investiria qualquer quantia no estádio, e depois informou que bancaria as arquibancadas móveis com 20 mil lugares.
OLIMPÍADAS DE 2016: ORÇAMENTO DEVERÁ CHEGAR A R$ 30 BILHÕES.
FONTE: http://contasabertas.com.br/WebSite/Noticias/DetalheNoticias.aspx?Id=998&AspxAutoDetectCookieSupport=1
Yuri Freitas Do Contas Abertas |
As Olimpíadas e Paralimpíadas do Rio de Janeiro já contam com logomarcas oficiais, cronograma de competições, lista de empresas patrocinadoras e até mesmo a bandeira Olímpica – um dos principais símbolos dos jogos – já se encontra em terras tupiniquins. Entretanto, mesmo após o encerramento dos jogos Olímpicos de Londres, ainda não há um orçamento definitivo que englobe os dispêndios exigidos pela empreitada.
O orçamento inicial apresentado no dossiê de candidatura da cidade em 2008 foi de R$ 28,8 bilhões (US$ 14,4 bilhões). A estimativa foi elaborada por equipe multidisciplinar: o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos (COJO) contou com apoio técnico de setores do governo federal e do Legislativo, como Banco do Brasil, Tribunal de Contas da União e Ministério do Planejamento.
O documento apresentava, ainda, os valores projetados para 2016, ano do evento: R$ 38,7 bilhões (US$ 16,7 bilhões). O plano orçamentário, contudo, divide-se fundamentalmente em dois segmentos: (i) o de responsabilidade do COJO, destinado ao planejamento, operação do evento e montagem de estruturas temporárias; e (ii) o segmento de responsabilidade do governo, iniciativa privada, etc. (não COJO), que engloba as construções da Vila Olímpica, Vila de Imprensa, estádios, etc.
As despesas decorrentes de ações do COJO contabilizavam R$ 5,6 bilhões a serem totalmente financiados através de contribuições do Comitê Olímpico Internacional (R$ 1,2 bilhão) e subsídios dos governos federais, estaduais e municipais (R$ 1,4 bilhão), além de patrocínio e vendagem de ingressos. O restante (R$ 23,2 bilhões) é de responsabilidade do segmento não COJO, que deveria investir, pelo menos, R$ 8,9 bilhões em estradas e ferrovias, conforme dossiê.
Como aponta o jornalista esportivo José Cruz, “depois que o Brasil ganhou, o orçamento precisou passar por uma atualização. E é isso que o COJO, novamente com os técnicos brasileiros, está realizando. O objetivo é evitar críticas semelhantes às que surgiram por ocasião dos Jogos Panamericanos de 2007, quando o primeiro orçamento, elaborado pela Fundação Getúlio Vargas, ficou em torno de R$ 470 milhões e o evento acabou custando R$ 3,4 bilhões”.
Dentre as inserções no novo orçamento devem constar a construção de um campo de golfe – o esporte passará a ser modalidade olímpica em 2016 –, modificações consideráveis no parque aquático Maria Lenk e a construção de um novo velódromo, aponta José Cruz.
Já o deputado federal José Rocha (PR-BA), presidente da Comissão de Turismo e Desporto da Câmara, enfatiza a importância da Autoridade Pública Olímpica no modo como os gastos das Olimpíadas serão geridos no país, na medida em que ela é a encarregada de estabelecer consórcio entre as três esferas de poder – municipal, estadual e federal –, coordenar e delimitar as responsabilidades de cada ente federado.
Em paralelo, existirá o acompanhamento nas diversas esferas de poder pelos órgãos fiscalizadores – Tribunal de Contas dos Municípios, Estado e União –, para evitar a repetição dos erros do Pan. “O Pan foi um descontrole total, onde um orçamento que previa R$ 400 milhões foi lá para casa dos bilhões. Houve realmente um exagero na previsão dos custos, dos gastos, e não houve acompanhamento em nível de uma entidade que pudesse dar satisfação aos órgãos fiscalizadores”, afirmou o deputado José Rocha.
Rocha também alertou para o risco de o orçamento final – e, por conseguinte, o início das principais obras – ser definido tardiamente. “Na medida em que se acumulam essas obras para o final, elas tendem a encarecer, porque aí você vai ter que usar três turnos de trabalho – como está acontecendo em alguns estádios, agora, para a Copa do Mundo”.
O deputado explica: “na medida em que você usa dois turnos, é um valor. Na medida em que você usa três turnos de trabalho, você coloca pessoal pra trabalhar à noite, com hora-extra e encargos, aí o custo da obra aumenta. Então, por isso é que você tem que dar um tempo maior, para que o custo seja menor, diz.
Para o jornalista José Cruz, que vem acompanhando a questão,“o atraso se deve à complexidade desses orçamentos e à inexperiência do Brasil em apurar um orçamento do tipo. Nós não temos experiência em orçamentos de grandes eventos internacionais, ainda mais em duas moedas – temos que fazer isso em real e transportar depois para dólar – e projetar tudo para 2016. Por isso que entram técnicos de outras áreas, do governo inclusive, para projetar os valores de hoje para 2016”. E acrescenta: “O simples fato de nós termos realizado o Panamericano não quer dizer que a gente tenha aprendido tudo. O Pan tinha 24 modalidades esportivas, agora nós vamos ter 30. O Pan era para 4 mil atletas, agora nós vamos ter 10 mil. O Pan era continental, agora nós vamos ter 202 países representados”, afirmou.
Contudo, Cruz ressalta a importância da ajuda de técnicos estrangeiros – especificamente da Espanha e Austrália – na elaboração do orçamento definitivo. “Estão realizando o trabalho com cautela, com precaução e com pessoas experientes em contas públicas, entre elas do governo, para podermos ter um orçamento o mais atualizado e correto possível”, disse.
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