Governo do DF fechou acordo com duas agências das Nações Unidas para que adquiram equipamentos sem passar pela burocracia.
Anthony Boadle / Reuters
Estádio Nacional, em Brasília, receberá equipamentos via
agências da ONU
Sedes
O contrato é um dos mais claros sinais de que o Brasil está atrasado na
construção dos estádios e de outras obras importantes para eventos esportivos
que irá sediar. A Copa das Confederações, em junho, é o grande evento-teste para
a Copa do Mundo, um ano depois.
A vantagem da ONU é que ela pode adquirir produtos e serviços sem passar
pelos complexos e demorados processos de licitação exigidos pela lei
brasileira.
Como o Estádio Nacional Mané Garrincha tem apenas 87% das obras já realizadas, e a Fifa espera recebê-lo em meados de abril, o fator tempo é crucial.
Como o Estádio Nacional Mané Garrincha tem apenas 87% das obras já realizadas, e a Fifa espera recebê-lo em meados de abril, o fator tempo é crucial.
"Com o curto cronograma e a necessidade de focar na conclusão do estádio, o
governo do Distrito Federal não conseguiu fazer a compra a tempo por meio de
licitação pública", disse Arnaud Peral, representante-adjunto do Programa da ONU
para o Desenvolvimento (PNUD) no Brasil.
Algumas das estruturas temporárias a serem adquiridas pelas agências da ONU
para a Copa das Confederações continuarão disponíveis para os setes jogos da
Copa do Mundo a serem disputados em Brasília em 2014, segundo Peral.
Boaz Paldi, porta-voz do PNUD em Nova York, disse que o acordo com o Brasil
"não é inteiramente inédito", e que o valor do contrato ainda pode aumentar. Ele
contou que o PNUD já auxiliou no passado projetos relacionados aos Jogos
Pan-Americanos, e que a agência ganhará "visibilidade" no Brasil devido a sua
participação.
Um porta-voz do governo do Distrito Federal disse que o governador Agnelo
Queiroz (PT) tem por regra não comentar os contratos.
Não é a primeira vez que o Brasil se vale da experiência de agências da ONU.
No ano passado, para o evento ambiental Rio+20, o PNUD colaborou para garantir a
transparência dos processos de aquisição, e também a acessibilidade para pessoas
com deficiências, a sustentabilidade ambiental e a inclusão social.
A Fifa já alertou que o Brasil não pode mais ter atrasos nas obras. O novo
estádio de Brasília, com 70 mil lugares, será o segundo maior da Copa de 2014.
Ainda falta cobri-lo, instalar acessórios e plantar a grama.
Antes da Copa das Confederações, o estádio deve receber dois jogos: a final
do Campeonato Brasiliense, em 18 de maio, e um da primeira rodada do Campeonato
Brasileiro, entre Santos e Flamengo, uma semana depois.
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