Alckmin veta artigo de lei orçamentária que obrigava Estado a publicar gastos com a Copa
Governador vetou artigo que exigia a apresentação de relatórios quadrimestrais sobre gastos com a Copa
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, vetou no início da semana um artigo da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para o exercício de 2013, aprovada no final de junho na Assembleia Legislativa, que garantiria maior transparência em relação aos gastos do governo do Estado em obras e ações visando preparar São Paulo para a Copa do Mundo de 2014.
Trata-se do artigo 43, que determinava que o Poder Executivo deveria apresentar, quadrimestralmente, relatórios de investimentos fiscais em obras que diretamente se relacionem com ações de apoio à realização da Copa do Mundo FIFA 2014.
Agora, os deputados da Comissão de Finanças e Orçamento da Assembleia Legislativa estão cobrando uma explicação do governo para o veto, já que a inclusão do artigo 43 na lei havia sido previamente acordada entre os parlamentares e o secretário do Planejamento e Desenvolvimento Regional, Júlio Semeghini.
A deputada Regina Gonçalves (PV), relatora da LDO e membro da base do governo, disse estar desapontada com os vetos do Executivo, por recaírem em pontos amplamente discutidos.
Os deputados da comissão de finanças decidiram convidar o secretário para uma audiência na Assembleia, pois querem saber o motivo do veto do governador à proposta. Semeghini deverá comparecer à casa legislativa na semana que vem.
Entre os gastos do governo estadual com a Copa do Mundo está a construção de uma arquibancada móvel para ser utilizada no Itaquerão, estádio do Corinthians sendo construído na Zona Leste de São Paulo. De acordo com a Odebrecht, empreiteira que constrói a arena, o custo será de R$ 70 milhões. Já o governo estadual afirma que ainda não sabe quanto vai gastar com a estrutura.
Além disso, os dirigentes do Corinthians afirmam que o Estado de São Paulo vai pagar também por estruturas no Itaquerão que são exigências da Fifa para o estádio da abertura da Copa, tais como camarotes blindados e centro de imprensa para milhares de jornalistas. O custo dessas estruturas é avaliado em torno de R$ 50 milhões. O governo diz que não vai pagar, embora já tenha dito que não investiria qualquer quantia no estádio, e depois informou que bancaria as arquibancadas móveis com 20 mil lugares.
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